• Ilustrada

    Sunday, 08-Sep-2024 11:31:53 -03

    System of a Down faz heavy metal "cigano" em SP

    CAROL NOGUEIRA
    DE SÃO PAULO

    02/10/2011 16h27

    Estava demorando para Serj Tankian, vocalista da banda de heavy metal System of a Down, conhecida por sua forte inclinação política, fazer algum comentário sobre o assunto em show que fez neste sábado na Chácara do Jockey, em São Paulo. A banda é a penúltima atração de hoje no Rock in Rio, último dia do festival carioca.

    Veja galeria de fotos do show do System of a Down em SP

    Mas, quando o fez, tratou o assunto de maneira um tanto confusa. "Nós respeitamos os costumes dos índios brasileiros. A civilização não deve ser imposta a eles", disse Tankian --provavelmente, se referindo às obras de Belo Monte. Em outro momento, disse apenas que a banda apoia "o fato de os brasileiros não estarem felizes com o desenvolvimento" do país. Ficou a sensação de que o vocalista estava falando sobre algo que nós, brasileiros, desconhecíamos.

    Mesmo assim, os 25 mil presentes (de acordo com a organização), queriam saber mesmo de música. Durante o show, os quiosques que vendiam comida e bebida ficaram completamente vazios, cena difícil de se ver em shows de rock ou pop. Todos os olhares estavam voltados para o palco, onde a banda californiana formada em 1994 por músicos com ascendência armênia fazia seu primeiro show no Brasil.

    E que show. Mesmo sem lançar um álbum novo há seis anos --a banda permaneceu em hiato durante este tempo-- o SOAD, como o grupo é conhecido pelos fãs, fez uma apresentação enérgica. A carreira solo que Tankian tocou durante esse tempo também colaborou para que sua voz permanecesse impecável para conseguir alcançar todas as notas mais agudas que as músicas da banda precisam.

    Zanone Fraissat/Folhapress
    SO PAULO/SP-BRASIL,01/10/2011 -Serj Tankian, vocalista no Show da banda system of down na chacara do jockey.(Foto: Zanone Fraissat - Folhapress / COTIDIANO)
    Serj Tankian, vocalista da banda System of a Down, durante show da banda em São Paulo

    Assim que a banda surgiu no palco, por trás de um pano branco com o nome do grupo, e tocou os primeiros acordes de "Prison", a plateia já estava completamente cativada. O repertório seguiu com "Soldier Side (Intro)", "BYOB", "Revenga", "Needles", "Deer Dance" e "Radio/Video", essa última, uma das melhores ao vivo. Ao todo, foram 29 músicas, mas o show não é nem um pouco cansativo.

    O guitarrista Daron Malakian, compositor da maior parte delas, é um show a parte. De chapeu e maquiagem preta nos olhos e uma performance teatral, é ele o responsável pelas notas mais graves, um bom complemento para as músicas da banda, que se vale justamente desse contraponto entre graves e agudos, harmonias vocais e ritmos mais rápidos. Ele também assume os vocais na lenta "Lonely Day", enquanto Tankian toca teclado.

    Com influências de punk e hardcore, reggae e ska, além de ritmos do Oriente Médio e Leste Europeu, a banda "impõe" sonoridades incomuns às músicas do gênero. O resultado é uma espécie de heavy metal "cigano" --elemento que é incorporado até na dancinha de Tankian. "Quero ver os quadris de vocês balançando da esquerda para a direita", diz o carismático vocalista.

    E a plateia obedece. É claro que as rodas de bate-cabeça estão ali, assim como o "headbanging", mas há também garotos e garotas dançando até mais do que se estivessem assistindo ao show de outra californiana: a cantora Katy Perry, que tocou na Chácara do Jockey na semana passada.

    Depois de tanta diversão, fica uma certeza: Hoje, quando o Guns n' Roses subir ao palco depois do SOAD no Rock in Rio, para fechar a última noite do festival, terá de suar muito para cativar a plateia.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024