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    Alexandre Stockler prepara versões colaborativas do filme "Linha de Fuga"

    MATHEUS MAGENTA
    DE SÃO PAULO

    23/12/2011 09h27

    Um roteiro, quatro filmes. As múltiplas versões de "Linha de Fuga", novo projeto do cineasta Alexandre Stockler, do polêmico "Cama de Gato" (2002), não surgiram de disputas na sala de edição, como geralmente ocorre entre produtores, montadores e diretores de Hollywood.

    Com quase 120 horas de material bruto rodadas em 2009, Stockler decidiu durante a edição que o processo precisava de diferentes olhares e partiu para um projeto de montagem colaborativa.

    Dois anos depois, iniciou o processo com o montador Raimo Benedetti e 12 colaboradores selecionados entre quase 250 candidatos. A principal dificuldade foi equilibrar as diferentes visões.

    "Um segundo parado em uma cena é uma eternidade para mim", disse Leandro Watanabe, um dos montadores. Influenciado por videogames e videoclipes, foi apelidado de "gilete nervosa".

    Fabiana Stig/Divulgação
    Montadores trabalham no filme "Linha de Fuga", de Alexandre Stockler, na ilha de edição do MIS Fabiana Stig/Divulgação <M> ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***</M>
    Montadores trabalham no filme "Linha de Fuga", de Alexandre Stockler, na ilha de edição do MIS

    Stockler planeja lançar as quatro versões simultaneamente no segundo semestre do ano que vem, mas ainda não sabe como fazer isso.

    O roteiro é uma versão moderna de comédia erótica dirigida por ele no teatro em 1999: uma conversa telefônica encenada no escuro entre dois desconhecidos.

    "As pessoas usam o anonimato para se revelar, para poder extrapolar. Como não vão te julgar, já que ninguém sabe quem você é, não é preciso mentir", disse Stockler.

    No cinema, o telefone deu lugar ao Skype, serviço de telefonia via internet. Em vez da escuridão do palco, 45 atores foram convidados a representar as personagens Sherlock e Mata Hari, sem saber com quem contracenavam.

    Entre os nomes conhecidos estão o escritor Marcelo Rubens Paiva e os atores Gustavo Machado, de "Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios", e Maria Manoella, de "Crime Delicado".

    Duas versões do filme (a de Stockler e outra feita com os alunos) estão quase prontas. O cineasta busca recursos para montar as outras e um documentário sobre o longa.

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