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    Escritor investiga tráfico e cultivo de maconha nos EUA

    FERNANDA EZABELLA
    DE LOS ANGELES

    05/10/2012 06h43

    Don Winslow diz que não planta nem fuma maconha. Para escrever o premiado "Selvagens" (Intrínseca, R$ 29,90; 288 págs.), o americano fez um intensivo em bioquímica para aprender os meandros do negócio e entrevistou plantadores da Califórnia.

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    "O que me surpreendeu é como esses caras são 'prima- donas'. Cada um acha que o outro está fazendo errado, que sua receita é a melhor", afirmou Winslow à Folha. "De certa forma, são como esses chefs de realities."

    O autor vendeu os direitos do livro de 2010 para Oliver Stone e participou do processo de roteiro. A experiência não foi das mais agradáveis, mas o resultado acabou melhor do que a adaptação de seu primeiro livro aos cinemas, "A Vida e a Morte De Bobby Z" (2007).

    "Aprendi com que é preciso se envolver mais no projeto. Em 'Selvagens', eu insisti, defendi ideias. Não foi uma jornada tranquila, Oliver Stone é muito intenso, discutíamos cada elemento do filme", contou Winslow, cujo livro "Satori" (2011) vai virar filme com Leonardo DiCaprio.

    "Muitas vezes gente do cinema não entende que escritores lidam com cortes e edições diariamente, é parte do nosso trabalho."

    Para escrever sobre os carteis mexicanos, o autor já havia feito quase seis anos de pesquisa para "The Power of the Dog", livro de 2005 com mais de 500 páginas sobre 35 anos de combate às drogas nos EUA e México.

    Enquanto no filme a dupla Ben e Chon aproveita a onda da maconha medicinal, legalizada na Califórnia, o livro ignora este contexto de propósito. "Não queria fazer um tratado legal. Se começo a falar disto, é um lamaçal difícil de sair. No final, é apenas um romance para entreter."

    Seu último livro, "The Kings of Cool", chegou às livrarias há pouco e fala dos anos anteriores a "Selvagens" --sobre como Ben e Chon se conheceram e como seus pais viveram os anos hippies.

    "Selvagens" é seu 13º livro e o mais premiado. Em 2010, esteve em listas de dez melhores de críticos do "New York Times" e do "Los Angeles Times". No final do ano, o autor receberá o prêmio Raymond Chandler, que já foi de John le Carré e John Grisham.

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