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    Trio Metá Metá lança álbum com acenos a orixás e sonoridade rock

    LUCAS NOBILE
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    21/11/2012 07h19

    "Nem todo trajeto é reto/ Nem o mar é regular." Os versos escritos por Kiko Dinucci são uma das possíveis sínteses do novo trabalho do Metá Metá, trio formado por Dinucci (voz e guitarra), Thiago França (sax e flauta) e Juçara Marçal (voz).

    Depois de o primeiro disco do projeto -lançado em 2010, com o mesmo nome do grupo- ser bem recebido pela crítica, os três mudam de caminho e agora apresentam o álbum "MetaL MetaL", com download gratuito no site www.kikodinucci.com.br.

    Como no CD anterior, o novo trabalho do Metá Metá tem a participação do baterista Sérgio Machado e do percussionista Samba Sam. Uma das novidades é a chegada do baixo de Marcelo Cabral.

    A principal diferença entre o álbum anterior e o novo, como sugere o trocadilho do título, consiste na sonoridade mais pesada e, agora, com uma pegada rock'n'roll.

    Divulgação
    Thiago França, Juçara Marçal e Kiko Dinucci, do Metá Metá
    Thiago França, Juçara Marçal e Kiko Dinucci, do Metá Metá

    "Tem o lado irônico. Existe aquela regra de que, para ser rock, tem que ter aquele riff anglo-saxão. A gente sempre debateu isso. Não só a gente. O Caçapa faz isso lá em Pernambuco, o Siba já fazia isso desde a época do Mestre Ambrósio", diz Kiko Dinucci.

    "Rock não é só o jeito como o Motörhead fazia. Tem muita gente que define o que toca como rock e está fazendo um som careta, que não vai impressionar nem uma criança de três anos. Tem de tocar de um jeito livre, não se fechar numa fórmula", completa o compositor.

    "MetaL MetaL" é um "aprofundamento" do que o trio fizera no primeiro disco, como define Marçal. Mais do que isso, o álbum é um desdobramento e uma somatória da bagagem dos músicos em seus diversos projetos paralelos.

    Impossível dissociar o resultado de "MetaL MetaL" das experiências de Dinucci e Marçal em "Padê" (2007); das parcerias do violonista e compositor com Douglas Germano; da atuação de Dinucci e França em discos como "Bahia Fantástica" (2012), de Rodrigo Campos; e de projetos do saxofonista como o Sambanzo.

    REPERTÓRIO

    Nas nove faixas do álbum, há várias cujos títulos fazem referência a orixás. A de abertura, "Exu", e "Man Feriman" são de domínio público. Outras, como "São Jorge", "Rainha das Cabeças", "Logun" e "Tristeza Não" (Alice Ruiz e Itamar Assumpção), já tinham sido gravadas anteriormente ou apresentadas em shows.

    De novidades, há "Oya", "Orunmila" e "Cobra Rasteira", um dos destaques de "MetaL MetaL" --disco que veio à tona aos 45 do segundo tempo de 2012, mas que tem tudo para figurar nas listas dos melhores do ano.

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