A artista cigana Ceija Stojka, cujo trabalho ajudou a expor a perseguição nazista ao seu povo, morreu na última segunda-feira (28) aos 79 anos em um hospital de Viena, informou na noite da última terça a agência de notícias APA.
Sobrevivente do Holocausto, Stojka escreveu um dos primeiros relatos autobiográficos de ciganos (ou "romanis") sobre a perseguição nazista em um livro de memórias de 1988, "Wir leben im Verborgenen. Erinnerungen einer Rom-Zigeunerin" ("Vivemos em Reclusão: Memórias de uma Cigana", em tradução livre), inédito no Brasil.
Os ciganos, como os judeus, foram enviados para campos de concentração pelo regime nazista alemão durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Até 1,5 milhão deles morreram.
Nascida na Áustria, Stojka sobreviveu a passagens pelos campos de Auschwitz, Bergen-Belsen e Ravensbrueck. Apenas cinco outros membros de sua família, que tinha mais de 200 pessoas, sobreviveram.
"Busquei a caneta porque precisava me abrir, gritar", disse a ativista numa exibição de 2004 no Museu Judaico de Viena.
Stojka começaria a pintar aos 56 anos, muitas vezes usando os dedos ou palitos em vez de pincéis. Muitas das suas obras aludem à experiência nos campos de concentração, e eram descritas como "assustadoras" e "infantis" por visitantes em exposições dela mundo afora.
Uma de suas mostras mais recentes, em 2009, percorreu galerias nos Estados do Oregon e da Califórnia, além da West Branch Gallery & Sculpture Park, em Vermont.
Rainer Jensen/Efe | ||
A artista cigana sobrevivente do Holocausto Ceija Stojka |
Com agências de notícias