• Ilustrada

    Friday, 15-Nov-2024 15:46:07 -03

    "Faroeste Caboclo" foi vaiada na época do lançamento, lembra Dado Villa-Lobos

    LUCAS NOBILE
    DE SÃO PAULO

    28/05/2013 12h02

    Em 1987, a Legião Urbana lançou o terceiro álbum de sua carreira, "Que País É Este 1978/1987", com repertório que incluía inéditas e algumas canções pré-Legião, dos tempos de Aborto Elétrico e da trajetória solo de Renato Russo, como Trovador Solitário.

    Além da faixa-título, o disco continha uma das músicas mais conhecidas da Legião, "Faroeste Caboclo".

    Filme "Faroeste Caboclo" foca no amor trágico entre João e Maria
    'Faroeste Caboclo', adaptação da música da Legião Urbana, estreia na quinta-feira (30)
    Música "Faroeste Caboclo" foi escrita na juventude de Renato Russo

    Mais de 26 anos depois, com o lançamento do longa-metragem "Faroeste Caboclo", o guitarrista da Legião Dado Villa-Lobos comenta o impacto que a música causou quando surgiu. Leia abaixo entrevista com o músico.

    Zanone Fraissat/Folhapress
    O músico Dado Villa-Lobos
    O músico Dado Villa-Lobos

    *

    Folha - Você se lembra da primeira vez que o Renato Russo te mostrou "Faroeste Caboclo"? Como, quando e onde foi? Você se lembra do impacto que a música causou em você?
    A primeira vez foi ao vivo, Renato abrindo o show da Plebe Rude num parque na Asa Norte. Não prestei muito atenção no começo, mas quando o cara chega em Brasília a coisa foi pegando fogo e então aconteceu aquela hipnose total. Depois o Ico Ouro Preto que estava partindo para viver na Europa foi à casa de Renato e gravou no rádio gravador dele o repertório de Renato/Aborto Elétrico, essa fita era ouvida todos os dias por todos e "Faroeste" liderava o top five.

    Renato Russo tinha feito a música na época do Trovador Solitário. Como foi gravá-la depois? Como foi fazer o arranjo?
    Levamos dois dias gravando e mais dois mixando, o arranjo saiu ao longo de um ensaio durante a gravação. Gravamos tudo ao vivo, bateria, baixo, violão, guitarra base e voz guia. Em seguida, "overdubs" de viola de 12 [cordas] e as guitarras do final e, finalmente, a voz. A mixagem foi feita em duas etapas e fitas diferentes. A primeira, mais acústica, e a segunda parte, elétrica, foram montadas na mão pelo nosso produtor Mayrton Bahia.

    Quantas cópias o disco "Que País É Este", que continha "Faroeste Caboclo", vendeu?
    Disco duplo de platina, na época 500 mil cópias, acho que foi por aí.

    Dizem que vocês não tocavam ela muito nos shows porque a música era muito longa e pouco comercial. Isso acontecia também nas rádios, que tocavam versões cortadas?
    A primeira vez que a tocamos no Rio antes do disco sair fomos vaiados no morro da Urca. Na sequência do lançamento, tocamos algumas vezes mas a tour foi interrompida no meio por causa do que aconteceu em Brasília no estádio Mané Garrincha. Ficamos um tempo sem tocar ao vivo e então lançamos o "As Quatro Estações", com novo repertório, sem chance para "Faroeste" no setlist.

    Nos anos 1980, corria uma lenda de que existia uma versão mais comprida de "Faroeste Caboclo", que teria 12 minutos de duração. Você se lembra disso?
    Não (risos). Na verdade a gravação tem tipo 8 minutos e 56 segundos. Na sala de corte, pedi para o encarregado escrever no relatório 9 minutos e 3 segundos para chegar aos 9, número cabalístico.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Faroeste Cabloco
    Faroeste Cabloco

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024