Fernando Meirelles, produtor de "Xingu" (TC Action, 18h20; 12 anos) disse certa vez, em vista do relativo fracasso do filme (que teve uns 500 mil espectadores), que "brasileiro não gosta de filme de índio".
Uma simpática meia verdade. A rigor, brasileiro não gosta de nada que não se pareça com novelas de televisão. Foi treinado para isso, anos a fio.
Mas não é apenas isso. O filme de Cao Hamburger é, afinal, um épico da tolerância, do humanismo; um elogio desse Brasil onde cabiam todos, inclusive os índios.
Essa imagem que os irmãos Villas Bôas ajudaram a disseminar hoje parece um tanto fora de moda. Somos a nação dos condomínios fechados: cada um contra o mundo. Não há espetáculo que mude isso.