O Theatro São Pedro encerra as comemorações do centenário do nascimento de Giuseppe Verdi (1813-1901), com a estreia, hoje, da temporada da ópera "Falstaff". A regência é de Emiliano Patarra e a direção cênica, do italiano Stefano Vizioli.

Última das 26 óperas de Verdi, "Falstaff" é uma comédia, gênero que o compositor praticara na juventude uma vez. Com libreto de Arrigo Boito, traz a fusão de trechos de duas peças de Shakespeare, "As Alegres Comadres de Windsor" e "Henrique 4º".

"Falstaff" não possui belas árias eloquentes. Verdi a escreveu com um melodismo contínuo, como uma sucessão de temas que oscilam entre o amoroso e o histriônico.

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	As cantoras Tati Helene, Mere Oliveira e Alessia Sparacio em cena da ópera 'Falstaff'

Com isso, dá conta musicalmente de um personagem que não é uma caricatura, porque compositor e libretista, fiéis a Shakespeare, trabalham com sutilezas e ambiguidades.

Sir John Falstaff é um nobre feio, velho, obeso e decadente, mas que não aceita esses atributos e se lança de modo acrítico em conquistas amorosas, todas malsucedidas.

Falstaff é também um ingênuo, que acredita na consistência de seus sonhos e contorna o fatalismo, pelo qual o amor seria reservado aos mais jovens e mais belos.

Numa das mais conhecidas passagens, ele admite que "tudo na vida é burla", e que "rir dos mortais é melhor que rir a risada final".

Patarra diz que a partitura é "uma explosão de coloridos", com combinações sonoras antes inconcebíveis no teatro lírico italiano. É o caso, por exemplo, de trechos escritos para clarinete e fagote, trompas com a flauta, e o diálogo entre dois barítonos, com vozes que se confundem.

FALSTAFF
QUANDO hoje e dias 5, 7, 11 e 13, às 20h30; dias 1º e 15, às 17h
ONDE Theatro São Pedro (r. Dr. Albuquerque Lins, 207; tel. 0/xx/11/3667-0499)
QUANTO R$ 20 a R$ 60
CLASSIFICAÇÃO 8 anos