Personagem coadjuvante da novela "Fina Estampa", exibida recentemente pela Rede Globo, o mordomo Crodoaldo Valério (Marcelo Serrado) é a figura central desta comédia constrangedora.
O roteiro, escrito por Aguinaldo Silva, também autor da novela, é um festival de grosseria e preconceito em que o humor brilha pela ausência.
Filme pouco acrescenta ao 'Crô' da TV
Personagem Crô não é caricatura rasa, segundo especialistas e dramaturgos
Crô é aquela velha caricatura de homossexual, baseada em trejeitos cheios de afetação afeminada nos gestos e na voz, frívolo a não mais poder. Como se não bastasse, o resto dos personagens também é composto por caricaturas: são peruas, nordestinos, bolivianos, homofóbicos e homossexuais enrustidos.
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Depois de herdar a fortuna da patroa que idolatrava, Crô tenta ser cantor, cabeleireiro e estilista de moda. Fracassa e começa a se aborrecer, solitário em sua mansão.
Mas depois de sonhar com a mãe, percebe que a única tarefa que desempenha bem é a de mordomo. Ele resolve entrevistar potenciais candidatas a patroa para escolher aquela que merecerá a excelência de seus serviços.
A antipática Vanusa (Carolina Ferraz), uma das candidatas, tem uma fábrica de roupas que usa mão de obra escrava. O assunto é grave, mas aqui é levado na base da zombaria, do descompromisso, como se fosse apenas mais um motivo para avacalhar.
O final feliz --abrupto e forçado-- é outra bobagem. Obtusa, desrespeitosa e sem graça, a comédia é uma agressão ao bom senso e à inteligência do espectador.
CRÔ - O FILME
DIREÇÃO Bruno Barreto
PRODUÇÃO Brasil, 2013
ONDE Interlagos Cinemark, Kinoplex Itaim e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO ruim