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    Sobreviventes da banda The Doors fazem as pazes

    FERNANDA EZABELLA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

    09/12/2013 03h30

    Os sobreviventes da banda The Doors deixaram para trás velhas desavenças e subiram juntos ao palco pela primeira vez em 13 anos na última quinta, 5, numa homenagem inesperada ao líder da banda, Jim Morrison, que teria completado 70 anos ontem.

    O baterista John Densmore, 69, e o guitarrista Robby Krieger, 67, que travaram uma desgastante e milionária batalha jurídica por cinco anos, voltaram a se falar recentemente, após a morte do tecladista Ray Manzarek, aos 74 anos, em maio.

    Densmore entrou no teatro do museu Lacma, em Los Angeles, com uma garrafa de cerveja e fez brindes aos 80 anos do fim da Lei Seca dos EUA, ao líder Nelson Mandela e também a Manzarek.

    Krieger pediu outro para celebrar Morrison. Os dois apareceram para uma conversa após a exibição de um documentário sobre o Doors, mas surpreenderam a plateia lotada quando decidiram tocar quatro canções.

    Sozinhos no palco e apenas com violão, guitarra e percussão, começaram com "People Are Strange".

    "Lembra de quando Jim fez esta música?", perguntou Krieger para Densmore, os dois relaxados e mostrando certa camaradagem.

    O guitarrista contou que Morrison havia passado a noite toda dizendo que estava deprimido e ia se matar.

    Quando o sol começou a nascer, Krieger sugeriu que fossem espairecer no topo de um morro em Laurel Canyon, bairro onde moravam em Los Angeles."Ele voltou com a música pronta e todo feliz. Jim era maníaco-depressivo, mas naquela época o termo não existia."

    A dupla também tocou "Spanish Caravan", "Love me Two Times" e "Riders on the Storm", esta última numa versão diferente para mostrar a inspiração original, a canção de faroeste "Ghost Riders in the Sky".

    No filme exibido, "The Doors: Mr. Mojo Risin': The Story of L.A. Woman" (2012), Manzarek aparece bem de saúde explicando o teclado de boa parte das músicas do último disco da banda.

    "Para mim éramos uma banda cool de jazz fazendo rock. Para os outros, éramos os sujos e imundos do grupo The Doors", diz rindo.

    A última vez que Densmore e Krieger tocaram juntos foi em 2000, ao lado de Manzarek. Os três planejaram uma turnê, mas Densmore, sofrendo com problemas no ouvido, ficou de fora.

    Ele deu o aval para os dois seguirem em frente, contanto que não usassem o logo dos Doors e mudassem o nome. Ignorado, Densmore deu início aos processos judiciais.

    Krieger e Manzarek também processaram o baterista, arrastando o imbróglio. No fim, foram condenados a pagar US$ 900 mil ao colega, além de outros US$ 2 milhões de custas do processo.

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