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    Museu britânico restaura documentário de Alfred Hitchcock sobre Holocausto

    DA EFE

    08/01/2014 18h50

    Um documentário de 1945 feito por Alfred Hitchcock sobre os campos de concentração nazistas será projetado integralmente pela primeira vez, após ter sido restaurado pelo Imperial War Museum de Londres.

    Segundo informou o jornal "The Independent", Hitchcock se envolveu no projeto depois que seu amigo Sydney Bernstein pediu ajuda para editar um documentário sobre as atrocidades cometidas pelos alemães durante a Segunda Guerra Mundial. As gravações mostravam principalmente a liberação dos presos dos campos de Bergen-Belsen, na Alemanha.

    As imagens foram filmadas por operadores de câmera da Unidade de Cinema do Exército Britânico e chamaram a atenção do criador de "Psicose" e "Os Pássaros".

    Hitchcock, o rei dos filmes de terror, teria ficado tão traumatizado pelo conteúdo das gravações que permaneceu afastado dos estúdios Pinewood durante uma semana.

    Divulgação
    O cineasta inglês naturalizado norte-americano, Alfred Hitchcock
    O cineasta inglês naturalizado norte-americano, Alfred Hitchcock

    "Quando descobriram os campos (de concentração), americanos e britânicos tiveram pressa para divulgar uma gravação que os mostrasse e fizesse com que os alemães aceitassem sua responsabilidade pelas atrocidades", disse Toby Haggith, curador do Departamento de Pesquisas do Imperial War Museum.

    No entanto, o filme demorou mais do que esperado para ficar pronto, e acabou ocultado devido à "transformação da situação política, particularmente para os britânicos", segundo Haggith.

    Assim, cinco dos seis rolos cinematográficos terminaram nos arquivos do museu. Nos anos 1980, as imagens foram descobertas por um pesquisador americano.

    Em 1984, uma versão incompleta do filme foi projetada no Festival de Cinema de Berlim. Um ano depois, foi transmitida nos EUA sob o título "Memória dos Campos", mas com má qualidade e sem incluir o sexto rolo.

    No final de 2014, o filme poderá ser projetado como Hitchcock, Bernstein e outros colaboradores pretendiam em uma versão restaurada pelo museu londrino, através de tecnologia digital.

    Segundo Haggith —que descreve o filme como "brilhante" e "sofisticado"— o filme é "muito mais fiel" que outros documentários rodados sobre o Holocausto.

    O curador também apontou que a produção "não trata apenas de morte", mas mostra imagens de reconstrução e reconciliação.

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