• Ilustrada

    Wednesday, 24-Apr-2024 05:58:23 -03

    Atriz de blockbuster 'Divergente', Shailene Woodley exibe jeito zen

    RODRIGO SALEM
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

    06/04/2014 03h30

    Shailene Woodley é a jovem atriz mais quente do momento, a "nova Jennifer Lawrence", como definiu a revista "The Hollywood Reporter".

    Mas a californiana de 22 anos, que chamou a atenção como a filha de George Clooney em "Os Descendentes" e agora protagoniza a franquia futurista "Divergente", que estreia no dia 17 no Brasil, não mora em uma mansão. Ela nem mesmo tem celular.

    "O estúdio me obrigou a usar um, porque precisava saber em que parte do mundo eu andava, mas me livrei do meu há oito meses", diz.

    "Estar conectada era como ter duas vidas diferentes. Eu ouvia as pessoas, mas não prestava atenção. Estava virando um personagem secundário da minha história."

    O papo algo riponga, incomum entre jovens no cinema americano, não parece ser só promoção para vender filme.

    Filha de psicólogos, Shailene é uma figura calorosa. Costuma abraçar os jornalistas nas entrevistas e exibe roupas simples (foi a uma pré-estreia de shorts jeans).

    "Não me importo com o que acham de mim. Precisamos curtir o momento, afinal todos morreremos um dia. É a única verdade na vida", responde quando a reportagem da Folha pergunta se o clima zen não irá se dissipar com o fenômeno "Divergente".

    A primeira parte da trilogia rendeu US$ 95 milhões (R$ 214 milhões) em dez dias.

    Atuando desde os cinco anos, Shai, como chamam os amigos, relutava em seguir carreira na arte dramática. No colegial, preferiu fazer parte do grupo de coral a investir no clube de teatro para "conhecer outras experiências".

    Mesmo com a indicação ao Globo de Ouro por "Os Descendentes" (2011), ela diz que hesitou protagonizar um blockbuster de US$ 85 milhões (R$ 192 milhões). "Estava com medo quando recebi a oferta. Pensei em não aceitar. Mas notei que seria uma decisão baseada no medo. Resolvi dar um basta nisso."

    "Temos medo desde o dia em que nascemos. A sociedade diz que devemos ser covardes. Ela implanta em nossos subconscientes que não somos bons o suficiente, que precisamos ser perfeitos ou consertar nossos corpos. É tudo uma grande babaquice!"

    Quem a ajudou a superar esse medo foi a colega que protagoniza a série concorrente, "Jogos Vorazes", sobre jovens de uma distopia que se matam em jogos violentos.

    "Nunca encontrei Jennifer Lawrence, mas trocamos e-mails. Perguntei se tinha ficado feliz em trabalhar em 'Jogos Vorazes' e se eu deveria aceitar 'Divergente'", conta.

    "Ela me disse para aceitar, porque, apesar de trazer algumas coisas ruins, tudo vale a pena quando você ama o personagem e a trama."

    Shailene seguiu o conselho. Além da franquia, que lhe renderá os filmes "Insurgente" (2015) e "Convergente" (2016), a garota será vista na adaptação de "A Culpa É das Estrelas", baseada no best-seller de John Green, que estreia em junho.

    Nela, vive uma garota com câncer terminal. "Perdi os músculos que tinha e parte do meu cabelo depois de 'Divergente'", brinca. "Eu queria me dedicar para fazer justiça a todas as pessoas no mundo que lutam contra a doença, independentemente da idade."

    O ano poderia ter sido ainda mais ocupado. Shailene assinou contrato para viver Mary Jane em "O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro", superprodução prevista para maio.

    Mas foi desligada do projeto com quatro dias de filmagens. "Descobri que estava em apenas três cenas", conta, com ar mais sério.

    "Começaram a editar o filme e notaram que havia muita merda para cortar. Como Mary Jane não é tão importante no longa, decidiram apagá-la de vez. Hoje, agradeço porque ia ser uma loucura. Tudo acontece por alguma razão."

    Pelo menos, ela aprendeu a lição. Diz que não vai topar qualquer trabalho por milhões de dólares. Seu salário gira em torno de US$ 500 mil.

    "Não tenho pressa. Dizem para eu surfar nessa onda, mas me lembro de que as ondas quebram", filosofa. "Prefiro pegar uma prancha e cruzar o oceano com calma."

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024