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    Rapper americano Kid Cudi promete apresentação 'selvagem' no Lolla

    RODRIGO SALEM
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

    05/04/2014 03h25

    Kid Cudi foi preso em 2010 sob a acusação de "posse de substâncias ilícitas". O rapper admitiu depois o uso excessivo de cocaína "para aguentar a rotina de entrevistas" e que suas apresentações eram regadas a muito álcool.

    Ano passado, descobriu que seu fígado não suportaria outra turnê e decidiu ficar sóbrio durante a gravação de seu último disco, "Satellite Flight: The Journey to Mother Moon", lançado em fevereiro passado. Mas o "novo" Kid Cudi, um dos rappers mais inovadores a surgir na cena americana nos últimos cinco anos, garante que seu show no sábado do Lollapalooza Brasil será "selvagem".

    "Nunca estive na América do Sul, então vou levar a mesma energia dos meus shows nos EUA", diz o cantor à *Folha,* emendando uma analogia mais relacionada a seu atual momento. "Meus shows são como uma reunião do AA", brinca. "Me sinto como um anfitrião, cantando e ouvindo histórias com o público. Eu controlo as emoções de um imenso coral chapadão."

    Divulgação
    O americano Kid Cudi, que faz show hoje no Lollapalooza
    O americano Kid Cudi, que faz show hoje no Lollapalooza

    Mesmo sendo figurinha fácil na parada da "Billboard" com os hinos "Day 'n' Nite", do disco de estreia em estúdio, "Man on the Moon: The End of Day" (2008), e "Erase Me", que tem a participação de Kanye West, Cudi confessa que ainda se sente um "azarão". "Eu prefiro assim, porque é como encaro minha arte. Gosto que duvidem de mim", diz o músico. "Se eu chegar a um ponto que me sinta muito confiante, minha música vai virar uma merda."

    Originário de Cleveland, Ohio, Cudi perdeu o pai quando tinha 11 anos. Adolescente, foi morar com um tio em Nova York, onde entrava e saia de instituições juvenis por causa de pequenos delitos. Expulso de casa pelo parente —morto em 2006 e para quem Cudi escreveu "Day 'n' Nite"—, passou a ganhar a vida como garçom e vendedor de roupas.

    Foi neste último emprego que conheceu Kanye West: Cudi esqueceu de retirar um broche de segurança da jaqueta da estrela do hip-hop e precisou sair correndo da loja atrás do agora sr. Kim Kardashian. Meses depois, estavam trabalhando juntos na já extinta gravadora GOOD Music. "Sou um sobrevivente. As coisas foram difíceis, mas tudo que é fácil não presta. Você precisa ter fome para encontrar a paixão", conta. "Gosto de ter esses sentimentos em mim."

    A fome continua grande. Kid Cudi também está dedicando-se à carreira no cinema. Está em cartaz no Brasil em "Need For Speed – O Filme", ainda em cartaz no Brasil, mas usando o nome verdadeiro, Scott Mescudi. Ano que vem, será visto como o novo assistente de Ari Gold (Jeremy Piven) no filme "Entourage", transposição da famosa série da HBO para as telonas. "A diferença agora é que a divulgação do disco mudou, não tenho mais tanto tempo", admite o rapper, que lançou "Satellite Flight" repentinamente, avisando pelo Twitter que o disco estaria disponível com apenas duas horas de antecedência. "Os meus fãs entendem o jogo."

    KID CUDI
    QUANDO hoje, das 21h30 às 22h30, no palco Perry

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