Um sucesso do tamanho de "Titanic" (FX, 15h40; 14 anos) não acontece por acaso, nem depende apenas da competência de sua realização. Sempre existe algo exterior que o motiva.
É fantástico o que ocorre com o filme de James Cameron. Foi feito em 1997. Trata, de certo modo, da arrogância do homem, da crença de que pode criar "o indestrutível".
Não é um espetáculo alegre um naufrágio. Sua história romântica é, por assim dizer, uma catástrofe tão grande quanto o próprio naufrágio —embora enuncie o tema do amor que sobrevive à morte.
O mundo, em 1997, vivia em euforia. Mais ou menos como na época do naufrágio. Por que, então, multidões acorreram para ver essa história? Talvez porque pudéssemos adivinhar que depois da bonança vem a tempestade. Ela viria, na forma de crise gigantesca, em 2008.