São Paulo é a cidade-tema da 40ª edição da Feira do Livro de Buenos Aires, que começa hoje e vai até o dia 12 no espaço da La Rural, na capital argentina.
Entre os destaques estão as estrelas internacionais Quino, Paul Auster e J. M. Coetzee. Autores respeitados no Brasil, como Ferréz, Reinaldo Moraes, Marçal Aquino e Luiz Ruffato, estarão presentes, mas as "grifes" não são a aposta da delegação do país.
A principal atração do estande da capital paulista são os 97 escritores da periferia da cidade e os saraus promovidos por organizações como a Cooperifa, de Sérgio Vaz.
Daniel Marenco/Folhapress | ||
O poeta Sérgio Vaz, criador do Sarau da Cooperifa, em Capão Redondo, na zona sul de São Paulo |
Responsáveis por montar a programação com a organização da feira, a Biblioteca Mário de Andrade e a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo fizeram um recorte contemporâneo da produção cultural paulistana.
"Buscamos o que tem de novo e forte: os saraus da periferia. Eles surgiram na ausência de aparelho estatal de cultura, e de lá surgiram autores incríveis como Sérgio Vaz, Binho, Pezão, Zinho Trindade. Eles fazem uma poesia vibrante, forte. Eles são a São Paulo do século 21", diz o comitê curatorial da Biblioteca Mário de Andrade.
A diretora da Feira do Livro portenha, Gabriela Adamo, afirma que ficou surpresa ao descobrir a existência de uma "literatura típica" da capital paulista.
"Queremos que os leitores argentinos e brasileiros se conheçam mais, troquem experiências. Buenos Aires também tem uma cultura de autores de bairros mais afastados, será uma boa interação", afirma ela.