"E a Palma de Ouro vai para... 'Pulp Fiction'." Ao pronunciar essa frase no Festival de Cannes em 23 de maio de 1994, o ator e diretor Clint Eastwood dava início à última grande revolução criativa do cinema.
Dali, "Pulp Fiction", um pequeno filme de US$ 8 milhões dirigido por Quentin Tarantino, sairia da obscuridade, estrearia cinco meses depois nos Estados Unidos, arrecadaria US$ 213 milhões e daria início à ascensão do cinema independente americano.
Tim Roth, que havia trabalhado com Tarantino em "Cães de Aluguel" (1992) e viveu o ladrão Pumpkin na cena inicial de "Pulp Fiction", diz que teve muita sorte de atuar naquele período nos EUA.
Divulgação | ||
John Travolta e Uma Thurman dançam em festival de twist no filme 'Pulp Fiction', de Quentin Tarantino |
"Recebíamos roteiros incríveis de jovens diretores, e fiquei amigo de um em especial, um louco. A partir dali, tudo foi diferente. Os grandes estúdios criaram selos alternativos", conta à Folha.
"A melhor coisa do sucesso de 'Pulp Fiction' é que deu a Quentin a possibilidade de continuar a fazer filmes, que é tudo que importa."
A obra-prima de Tarantino foi apresentada diversas vezes nos 11 dias de festival, mas ninguém sabia direito o que esperar daquele cineasta, um ex-atendente de locadora de vídeo de 30 anos.
"Era difícil acreditar que Tarantino, um autodidata, tivesse apresentado um trabalho de tanta profundidade", escreveu a crítica do jornal "New York Times".
Para comemorar os 20 anos da Palma de Ouro, Tarantino e Uma Thurman apresentam nesta sexta (23) à noite, em Cannes, uma versão restaurada do jovem clássico.
[an error occurred while processing this directive]