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    Primeiro balé romântico, 'La Sylphide' retorna aos palcos

    IARA BIDERMAN
    DE SÃO PAULO

    03/06/2014 02h51

    A São Paulo Companhia de Dança estreará a temporada 2014 um dia antes da abertura da Copa apostando na força de um grande clássico.

    "La Sylphide", obra do século 19 escolhida para abrir as apresentações em São Paulo, é considerado o primeiro grande balé romântico.

    É também a primeira coreografia feita para sapatilhas de ponta e a que inaugurou o uso do tutu, a saia de tule branco que virou símbolo da bailarina clássica.

    Raquel Cunha/Folhapress
    Bailarinas da São Paulo Companhia de Dança ensaiam 'La Sylphide' na sede da companhia, em São Paulo
    Bailarinas da São Paulo Companhia de Dança ensaiam 'La Sylphide' na sede da companhia, em São Paulo

    "Como acontece com óperas ou musicais famosos, o público deseja muito ver essas obras ao vivo", diz Inês Bogéa, diretora do grupo.

    No ano passado, a companhia teve em outro clássico, "Romeu e Julieta", um dos maiores sucessos de sua trajetória, com todas as sessões lotadas. A temporada 2014 começa com mais um recorde: o número de assinaturas para a programação completa passou de 433 em 2013 para 783 neste ano.

    SÍLFIDE

    A obra que marcou o início do romantismo na dança foi criada em 1832, pelo italiano Filippo Taglioni (1777-1871), mas a versão agora remontada pela SPCD é a de August Bournonville (1805-79), feita em 1836 para o Balé Real da Dinamarca.

    "La Sylphide" é uma das poucas coreografias que se mantiveram intactas com o passar dos anos.

    "Em uma época em que não havia um bom sistema de registro da dança, o balé da Dinamarca foi passando a obra de geração à geração, como na tradição oral", diz o coreógrafo argentino Mario Galizzi, que assina a remontagem paulista.

    A história usa a estrutura dos contos de fadas e elementos de mitologias pré-cristãs, uma linguagem que se tornou pop em séries como "Game of Thrones".

    Mas a sílfide, espírito feminino do ar para os celtas, não trata de conflitos de guerra ou combates mortais. Tudo gira em torno do velho e bom amor impossível.

    "Este balé sobrevive ao tempo por falar de desejo, vingança e triângulo amoroso, temas que continuam atuais", diz Bogéa.

    Tecnicamente, é uma obra difícil. "A coreografia é muito detalhista, parece um bordado com pés ultravelozes e o corpo sempre em ligeiro desequilíbrio, como se as moças estivessem levitando", conta Galizzi.

    Outra característica é o uso de efeitos especiais que fazem bailarinas voarem (mesmo) ou surgirem e sumirem do palco num passe de mágica.

    "Ser romântico parece meio kitsch, mas todo mundo quer algo que o suspenda da realidade cotidiana para viver o sonho de um mundo ideal", diz Galizzi.

    LA SYLPHIDE
    QUANDO de 11/6 a 22/6; qua., qui. e sáb., às 21h; sex., às 21h30; dom., às 18h (não haverá espetáculo nos dias 12 e 18)
    ONDE Teatro Sergio Cardoso, r. Rui Barbosa, 153, Bela Vista, tel. (11) 3288-0136
    QUANTO R$ 25
    CLASSIFICAÇÃO livre

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