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    Gary Oldman pede desculpas por defender comentários antissemitas

    DE SÃO PAULO

    25/06/2014 18h31

    O ator britânico Gary Oldman se desculpou publicamente com a comunidade judaica, após ter feito declarações consideradas antissemitas durante uma entrevista à revista "Playboy".

    "Estou profundamente arrependido que comentários feitos por mim durante a entrevista à revista 'Playboy' foram ofensivos à comunidade judaica. Ao ler meus comentários impressos, vejo quão insensíveis eles foram, e como eles podem de fato contribuir para o enraizamento de um estereótipo", escreveu Oldman em um comunicado. " Tudo que contribuir para esse estereótipo é inaceitável, incluindo minhas próprias palavras na questão".

    Na entrevista, o britânico defendeu o colega Mel Gibson, excluído de Hollywood em 2006 após insultar um policial que o deteve por dirigir embriagado. Gibson afirmou na época que os judeus são os responsáveis por todas as guerras que ocorreram ao longo da história.

    "Mel Gibson vive em uma cidade mantida por judeus, na qual disse o que não devia e mordeu a mão de quem lhe deu o que comer", defendeu Oldman durante ao jornalista da "Playboy". "Acredito que o politicamente correto é uma merda".

    Suzanne Plunkett - 5.fev.2014/Reuters
    O ator Gary Oldman em Londres, em fevereiro de 2014
    O ator Gary Oldman em Londres, em fevereiro de 2014

    Após a publicação do comentário, a Liga Anti-difamação dos Estados Unidos (ADL) reagiu dizendo que Oldman "deveria ser mais inteligente no lugar de repetir a antiga retórica antissemita sobre o controle dos judeus em Hollywood".

    "A exclusão de Mel Gibson de Hollywood não foi consequência de uma conduta politicamente incorreta, mas sim de seu caráter intolerante e odioso", assinalou Abraham Foxman, diretor da ADL.

    Em seu pedido de desculpas, o britânico ainda escreveu que tinha acabado de ler o livro "Jews and Hollywood, An Empire of Their Own: How the Jews invented Hollywood" (judeus e Hollywood, um império próprio: como os judeus inventaram Hollywood) e que reconhece, portanto, a dívida que sua carreira tem com os judeus por sua contribuição para a indústria cinematográfica.

    Na mesma entrevista à "Playboy", Oldman disse acreditar que a natureza liberal de Hollywood afeta a temporada de premiações, e que jurados tiveram medo de ser acusados de racismo caso não elegessem "12 Anos de Escravidão" como melhor filme do ano.

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