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    Crítica: Thriller 'O Protetor' desperdiça drama e talento de Denzel Washington

    ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    25/09/2014 02h34

    Denzel Washington é um ator com recursos, mas não consegue carregar nas costas um filme cheio de carências como "O Protetor".

    Adaptação da série "The Equalizer", exibida pela CBS na década de 1980, o filme marca a retomada da parceria de Washington com o diretor Antoine Fuqua, o mesmo de "Dia de Treinamento" (2001), que lhe rendeu o Oscar de melhor ator.

    A meia hora inicial apresenta Robert McCall (Washington), um solitário que trabalha em uma grande loja de material de construção, onde é estimado e respeitado pelos colegas. À noite, como não consegue dormir, vai ler romances clássicos —como "O Velho e o Mar", de Ernest Hemingway, e "Dom Quixote", de Cervantes— em um café 24 horas do bairro.

    Divulgação
    Denzel Washington (à esq.), Alex Veadov e David Meunier (de costas) em cena de 'O Protetor
    Denzel Washington (à esq.), Alex Veadov e David Meunier (de costas) em cena de 'O Protetor'

    Lá conhece outra solitária, a jovem Alina/Teri (Chloë Grace Moretz), uma prostituta que atende ricaços. Nas conversas com ela, ficamos sabendo que Robert tem um passado conturbado e enigmático, mas os detalhes nunca vêm à tona.

    Robert sofre de transtorno obsessivo compulsivo, explicitado por pequenos gestos cotidianos como dobrar um guardanapo, distúrbio certamente relacionado com esse passado obscuro. Até aqui, a narrativa é sóbria e temos a impressão de estar diante de um drama intimista.

    VIOLÊNCIA

    Mas tudo dá uma guinada quando Alina começa a ter problemas com seu proxeneta, que pertence à máfia russa. Daí em diante, a narrativa deixa o intimismo de lado e se torna um thriller de ação dos mais monótonos, com Robert desempenhando o papel de vingador em uma longuíssima sucessão de violência cheia de efusões de sangue.

    O personagem perde toda a sua aura de mistério, seus vínculos com Alina desaparecem e a narrativa deixa de avançar para se comprazer no banho de sangue e em dúzias de clichês.

    A sensação predominante é de que houve um duplo desperdício: de uma história que começa bem e do talento de um ator carismático.

    O PROTETOR (THE EQUALIZER)
    DIREÇÃO Antoine Fuqua
    ELENCO Denzel Washington, Chloë Grace Moretz, Marton Csokas
    PRODUÇÃO Estados Unidos, 2014, 16 anos
    AVALIAÇÃO ruim

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