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    Crítica: Virtude de 'Cinema, Aspirinas e Urubus' é a arte do encontro

    INÁCIO ARAUJO
    DE CRÍTICO DA FOLHA

    21/12/2014 02h00

    Se a vida é arte do encontro, como disse Vinicius de Moraes, "Cinema, Aspirinas e Urubus" (2005, Arte1, 20h) produz um belo exemplo dessa tirada. Pois é no sertão nordestino que se encontram, durante a Segunda Guerra – mas antes que o Brasil entre nela–, um falante sertanejo e um melancólico alemão.

    Esse alemão traz cinema e aspirinas na bagagem, isto é: serve-se dos filmes que exibe à população dos lugarejos por onde passa para vender seus produtos farmacêuticos.

    Virtudes maiores dessa ficção: por um lado, promover a aproximação insólita entre pessoas tão diferentes, como a postular a necessidade da diferença (eis um filme antiglobalizado). Segundo, esconder até o final os pensamentos reais do alemão, isto é: o que o levou da sua distante cultura ao agreste.

    Divulgação
    O ator João Miguel em cena do filme 'Cinema, Aspirinas e Urubus', dirigido por Marcelo Gomes
    O ator João Miguel em cena do filme 'Cinema, Aspirinas e Urubus', dirigido por Marcelo Gomes

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