Detida na virada do ano em Havana por causa de uma performance na praça de la Revolución, a artista cubana Tania Bruguera é um dos nomes mais polêmicos do cenário artístico atual.
Na ação que levou à sua prisão, o público era convidado a falar sobre o assunto que quisesse durante um minuto num pódio diante da plateia. Ela já havia realizado essa performance há seis anos durante uma edição da Bienal de Havana. Não houve problemas com a polícia então.
Desta vez, a artista aproveitou a reaproximação da ilha com o governo dos Estados Unidos para propor um debate público a respeito da nova realidade política cubana, mas acabou despertando a desconfiança do regime liderado por Raúl Castro.
Adalberto Roque - 31.dez.2014/AFP | ||
A artista cubana Tania Bruguera posa em rua de Havana |
Segundo disse a uma rádio de Miami, ela também foi advertida pelo regime a não participar da próxima Bienal de Havana, que começa em 22 de maio. "Isso serviu para desmascarar todo mundo", disse Bruguera. "Acreditava que Cuba já estivesse preparada para opiniões divergentes."
Seu último trabalho de peso havia sido a criação de uma espécie de centro de assistência social para imigrantes ilegais no bairro do Queens, em Nova York, onde trabalhadores sem permissão para trabalhar nos Estados Unidos participavam de uma série de atividades.
Bruguera, que já participou de mostras de peso no circuito internacional, como a Bienal de Veneza e a Documenta, em Kassel, na Alemanha, já brincou até de roleta russa numa performance.