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    Crítica: Em 'Para Sempre Alice', Moore é o filme; trata-se de uma obra de atriz

    INÁCIO ARAUJO
    CRÍTICO DA FOLHA

    15/02/2015 02h00

    Fazer um filme sobre o Alzheimer é um desafio: não há épica possível, mesmo o melodrama fica limitado às reações de família: o esquecimento não é um problema filosófico, mas dolorosamente físico. Trata-se de uma morte da mente: alguém deixa de ser quem é ainda em vida.

    Assim, não é estranho que "Para Sempre Alice" se proponha antes de mais nada como um filme de atriz: trata-se de observar a lenta e inexorável deterioração de Alice (Julianne Moore). O mais irônico é que Alice é uma intelectual, uma famosa linguista, alguém cuja perda de memória afeta totalmente sua vida mental.

    Divulgação
    Julianne Moore em cena de 'Para Sempre Alice'
    Julianne Moore em cena de 'Para Sempre Alice'

    "Alice" reproduz os momentos da deterioração da personagem, acompanhando-a da relação com os parentes: o marido e os três filhos.

    Se o conjunto da obra é honesto, se a ideia de progressão do mal é apropriada, se só raramente o público é submetido a chantagem emocional, o que mais chama a atenção são achados sutis, como a reação impaciente do marido diante do elevador que não chega. Parece simples, mas talvez seja o mais difícil de achar.

    Se há momentos vazios, o sentimento mais forte é de aflição: Alzheimer é o mal do qual ninguém se sente livre. E o filme esclarece: palavras cruzadas não adiantam. Coragem!

    PARA SEMPRE ALICE
    (STILL ALICE)
    DIREÇÃO Richard Glatzer e Wash Westmoreland
    ELENCO Julianne Moore, Alec Baldwin, Kristen Stewart
    PRODUÇÃO EUA/França, 2014
    QUANDO estreia em 12/3
    AVALIAÇÃO bom

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