Em seu oitavo ano, com a audiência em queda, o "CQC" retorna com a maior reformulação já feita no elenco. Nesta segunda (9), o programa volta à Band com Dan Stulbach e Rafael Cortez na bancada e sem nomes como Oscar Filho, Felipe Andreoli, Dani Calabresa e, principalmente, Marcelo Tas.
O papel de âncora de Tas, que comandava a mistura de jornalismo e entretenimento, ficará com Stulbach, que deixa a Globo, onde trabalhava como ator. "O convite foi bem natural. Um dia me ligaram da Band para conversar. Era algo que eu nunca imaginava que fosse acontecer."
Cortez, um dos membros da formação original, retorna após dois anos na Record. Desta vez, além de fazer reportagens como antes, ocupará o terceiro posto da bancada. Marco Luque, o único remanescente da trupe inicial, completa o trio.
Eduardo Anizelli/Folhapress | ||
Rafael Cortez, Dan Stulbach e Marco Luque, do "CQC", nos estúdios da Band em São Paulo |
"Não nego que pedi desde o começo para vir para a bancada. Foi a experiência que não tive", diz Cortez. "Cobri celebridades, política, Oscar, Olimpíada, ONU, eleição presidencial. Mas a bancada fiz só duas vezes, quando buscavam alguém para a vaga que era do Rafinha [Bastos], e perdi para o Oscar [Filho]."
Com ele, volta um dos quadros originais da atração, o CQTeste, em que celebridades colocam seus conhecimentos à prova. "É um momento retrô, que remete às primeiras gerações do 'CQC'."
Ao retorno do quadro antigo somam-se novidades. Em uma delas, o programa marcará encontros às cegas entre famosos e anônimos. Em outra, golpistas vão ensinar alguns de seus truques, que serão replicados pelos repórteres para ensinar os espectadores a se prevenirem.
A ideia da temporada, com essa mescla de elementos novos e antigos, segundo Luque, é buscar o frescor que o "CQC" tinha ao chegar à TV. "Quando a gente começou, tinha o elemento surpresa que a gente não tem mais."
"Agora isso talvez mude", completa Cortez. "Tem caras novos que chegam e caras velhos que voltam." Na equipe de reportagem, entram Erick Krominski e Juliano Dip, com uma terceira vaga em aberto.
O programa, que nos tempos áureos marcava audiências na casa dos cinco pontos, chegou ao 1,8 ponto no Ibope em dezembro do ano passado, na última participação de Marcelo Tas na bancada. Cada ponto representa 67 mil domicílios na Grande SP.
Segundo Luque, a queda de audiência do programa acompanha uma tendência da TV aberta. "A gente sentiu isso conversando com colegas de outras emissoras."
Tas vai pela mesma linha. "O 'CQC' é um caso raro de programa na TV brasileira com audiência média crescente nos cinco primeiros anos", afirma. "Em 2013 e 2014, realmente houve um recuo, só que o mesmo fato se deu com a maioria dos programas da Band em particular e com os da TV aberta em geral."
"Na maioria das segundas-feiras de 2014 nunca deixamos de bater a Record ou o SBT na briga pelo ibope. Não me parece correto avaliar que o programa deu 'errado' por conta de um número fora da curva", completa Tas.
Palpitando sobre a queda nos números, Cortez se sai com uma piada. "Tenho uma outra leitura. Eu não estava nos anos passados e isso influenciou." Luque não deixa barato. "É, estava na geladeira", diz, referindo-se à falta de programas para Cortez na Record. Como no resto da conversa, dando uma dica de como será a dinâmica dos três na bancada, Stulbach interrompe as brincadeiras para colocar ordem na casa.
"Qual o lugar do 'CQC' na TV aberta brasileira e que lugar podemos ocupar? Acredito que relevância é uma coisa e audiência é outra. Tomara que caminhem juntas. Eu prefiro ter relevância", diz.
"Na bancada, o que podemos fazer para sermos divertidos e relevantes? Que perguntas diferentes os repórteres podem fazer? Essas questões também nos perguntamos e nem sempre temos resposta. Vamos descobrir fazendo."
Sobre a falta que Marcelo Tas fará ao "CQC", Andreoli, que está na Globo, diz: "Só iremos descobrir quando estiver no ar. Ao mesmo tempo acredito que eles devam aproveitar a novidade de ter o Dan na bancada para, quem sabe, dar uma melhorada na audiência".
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Estreia da nova temporada
QUANDO segunda-feira (9), às 22h45, na Band