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    Crítica: 'Simplesmente Acontece' só reproduz padrão americano

    RICARDO CALIL
    CRÍTICO DA FOLHA

    09/03/2015 03h08

    Houve um momento, entre meados dos anos 1990 e começo dos 2000, em que os ingleses pareciam ter encontrado uma fórmula para renovar a comédia romântica.

    Eles pegavam a tradição americana dos encontros e desencontros amorosos e lhe emprestavam um caráter inegavelmente britânico -com uma ironia refinada que zombava do ridículo dos enamorados.

    Dessa fase vêm filmes dignos, como "Quatro Casamentos e um Funeral" (1994), "O Diário de Bridget Jones" (1999) e "Um Grande Garoto" (2002), protagonizados por Hugh Grant, o "poster boy" dessa renovação.
    Esse momento passou. E "Simplesmente Acontece" é prova disso.

    Divulgação
    Lily Collins, filha de Phil Collins, vive Rose, protagonista de romance atrapalhado por uma série de mal-entendidos
    Lily Collins, filha de Phil Collins, vive Rose, protagonista de romance atrapalhado por uma série de mal-entendidos

    Trata-se de um filme que parece satisfeito em reproduzir o padrão americano banal da comédia romântica.

    Nada de diálogos irônicos, nada de tiradas mais sofisticadas.

    Não fossem o sotaque e os cenários, ninguém diria que "Simplesmente Acontece" é um exemplar britânico do gênero. Não por acaso, o grande sonho dos protagonistas é se mudar para os Estados Unidos.

    Rose (Lily Collins, filha do cantor Phil Collins e tão empolgante quanto sua música "Sussudio") e Alex (Sam Claflin, um Hugh Grant mais bonito e ainda mais canastrão) são melhores amigos desde a infância -e apaixonados um pelo outro em segredo.

    FÓRMULA

    Uma série de mal-entendidos impede que eles consumam a paixão: um beijo entre os dois que ela esquece depois de um porre, uma transa dela com outro que termina em gravidez indesejada, a mudança dele para estudar nos EUA, etc.

    Sempre que eles parecem prestes a se entender, acontece algo que os afasta -uma rotina da trama que se torna tediosa depois de meia hora de projeção, ainda mais quando todos sabem como será o final da história.
    O estranho saldo de "Simplesmente Acontece" é uma nostalgia pelos bons e velhos filmes de Hugh Grant -na verdade, não tão bons e nem tão velhos assim.

    SIMPLESMENTE ACONTECE
    (Love Rosie)
    DIREÇÃO Christian Ditter
    PRODUÇÃO Reino Unido, Alemanha, 2014
    AVALIAÇÃO Regular

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