Esta refilmagem dos Estúdios Disney do seu célebre filme de animação de 1950 traz poucas novidades. Entre elas estão o uso de atores, a ausência de números musicais e –sinal dos tempos– o recurso aos efeitos especiais.

Dirigido pelo britânico Kenneth Branagh –que no começo da carreira adaptou com competência obras de Shakespeare–, o filme não é uma atualização do velho conto de Charles Perrault, pois mantém intocada a sua moral misógina. Em "Cinderela", a mulher só existe na relação com o homem e em evidente posição de submissão.

Por sua previsibilidade, acompanhar o desenrolar da narrativa –que o espectador já conhece à exaustão– é uma experiência que não desperta grande entusiasmo. O desempenho insípido de Cinderela (Lily James) e de seu príncipe (Richard Madden) também não empolga.

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	Cena do filme 'Cinderela', dirigido pelo britânico Kenneth Branagh

Entre os atores, apenas Cate Blanchett se destaca, no papel da madrasta. Hierática, manipuladora, cheia de gestos eloquentes, a madrasta de Blanchett também se mostra frágil –o que só serve para reforçar a misoginia.

Ao contrário de "Malévola", outro remake recente de uma fábula clássica, "Cinderela" usa com mais parcimônia os efeitos especiais, concentrados na sequência com a fada madrinha, na qual suas mágicas se tornam visíveis graças aos magos da animação por computador.

A transformação da abóbora em uma suntuosa carruagem, e vice-versa depois do baile, é tudo o que o filme tem de criativo. Em compensação, a cena do baile aborrece pelo convencionalismo. E a parte inicial, concentrada na infância feliz de Cinderela ao lado dos pais, é uma overdose de edulcoração.

CINDERELA

DIREÇÃO Kenneth Branagh
ELENCO Lily James, Cate Blanchett, Richard Madden
PRODUÇÃO EUA, 2015, livre
AVALIAÇÃO regular
QUANDO estreia nesta quinta (26)

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	Cena do filme 'Cinderela', dirigido pelo britânico Kenneth Branagh