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    Líbio Gaddafi e sírio Assad são sombras em 'O Árabe do Futuro'

    DIOGO BERCITO
    EM MADRI

    19/04/2015 02h00

    O pano de fundo histórico de "O Árabe do Futuro" inclui dois importantes personagens da política. O enredo do gibi os descreve entre 1978 e 1984, mas suas personalidades –e o efeito de seus governos– ainda são atuais, aparecendo frequentemente no noticiário.

    O primeiro deles é o ex-ditador líbio Muammar al-Gaddafi, que governou o país entre 1969 e 2011, quando foi morto durante a guerra civil.

    Gaddafi havia criado, pouco antes de Riad Sattouf mudar-se para a Líbia, a ideia de um "Estado das massas" (a chamada "Jamahiriya"). Era um conceito, aplicado apenas ali, de "democracia direta", sem partidos políticos.

    Sattouf não entra em detalhes na HQ, mas é possível ver cenas do ditador escrevendo seu "Livro Verde" (sobre sua filosofia política), além de observar o que o artista, ainda criança, já percebia: o projeto não estava dando certo.

    O Árabe do Futuro
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    O segundo personagem histórico é o ex-ditador sírio Hafez al-Assad, pai de Bashar al-Assad, que hoje governa.

    Hafez esteve no poder de 1971 a 2000, quando morreu. Outra vez, a HQ não detalha a política local, mas as suas páginas transmitem a atmosfera em torno do ditador.

    O protagonista de "Árabe do Futuro" percebe, por exemplo, a proliferação de imagens desse ditador pela cidade, uma das características de seu longo regime.

    Ele vive também o período, apesar de não descrevê-lo, do massacre em Hama, em 1982 –uma história que, infelizmente, parece atual.

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