É estranha a visita ao entreguerras que propõe "O Grande Hotel Budapeste" ("The Grand Budapest Hotel", 2014, 12 anos, TC Premium, 22h). No entanto, isso é o que os filmes de Wes Anderson costumam propor: uma imagem assemelhada à da fábula, aplicada a personagens e situações que marcam suas distâncias em relação ao mundo habitual.
Aqui, viajamos pela Europa do Leste, com todos os mistérios que lhe associamos, a partir do gerente que comanda as ações num velho hotel (e hotéis são misteriosos, quando antigos).
Para completar, Anderson aborda com franqueza situações pouco ou nada francas. Esses expedientes levam a uma ficção onde o sentido habitual das coisas é deslocado, tal o estranhamento.
Fascinante como proposição, a comédia de Anderson talvez sofra, no entanto, do problema de quase toda comédia: sinais de esgotamento surgem com certa rapidez.
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Cinema: os atores Saoirse Ronan e Tony Revolori em cena do filme "Grande Hotel Budapeste" |