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    'Quis ser ator porque não queria trabalhar', diz Gerard Depardieu em Cannes

    RODRIGO SALEM
    ENVIADO ESPECIAL A CANNES (FRANÇA)

    22/05/2015 15h46

    O ator Gérard Depardieu nunca desaponta quando vem ao Festival de Cannes.

    Ano passado, seu "Bem-Vindo a Nova York", dirigido por Abel Ferrrara, roubou a cena dos filmes da competição. Neste ano, o francês, que ficou famoso em todo mundo por "Cyrano" (1990), faz parte da disputa pela Palma de Ouro com o drama espiritual "Valley of Love", de Guillaume Nicloux.

    O longa pode não ter chances concretas, mas não importa. Depardieu continua atraindo às atenções, principalmente quando interpreta no filme uma versão grotesca de si mesmo.

    Efe
    Isabelle Huppert e Gerard Depardieu em cena de "Valley of Love", exibido em Cannes
    Isabelle Huppert e Gerard Depardieu em cena de "Valley of Love", exibido em Cannes

    "Eu queria ser ator porque não queria trabalhar", disparou na primeira entrevista à imprensa mundial, nesta sexta-feira (22), em Cannes. "Notei que adoro viver com pessoas que fazem esse trabalho. Atuar para mim é puro prazer, simplifica minha vida e ganho muito dinheiro. É meio vulgar, mas é a verdade."

    Na trama, Depardieu e Isabelle Huppert, que interpreta sua ex-mulher, viajam pelo "Vale da Morte", uma das atrações turísticas mais conhecidas da Costa Oeste americana, seguindo as instruções do filho morto – ele promete aparecer no fim da jornada.

    O roteiro é ainda mais pessoal para o ator, que perdeu o filho, Guillaume, há sete anos, em um acidente de moto. "Eu consigo entender o luto por um filho, mas isso não deixou o papel mais complicado de interpretar", confessou ele.

    Aos 66 anos, o ator francês é perguntado até sobre o estado de tensão entre Rússia e Ucrânia.

    Dono de vinícolas na Ucrânia e tendo morado um tempo em Moscou para evitar impostos na França, Depardieu falou que "é como todo mundo". "Odeio conflitos. Conheço Sr. Putin bem, gosto dele e ainda vou sempre à Rússia", falou ele, logo emendando com uma frase mais polêmica. "O que posso falar? Se a Crimeia fosse os Estados Unidos, a coisa seria tratada de maneira diferente."

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