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    O que menos vejo na Flip é literatura, diz Inácio Araujo na Casa Folha

    MARCO RODRIGO DE ALMEIDA
    ENVIADO ESPECIAL A PARATY

    04/07/2015 13h35

    O crítico de cinema da Folha Inácio Araujo comentou na Flip as relações entre duas de suas paixões: os filmes e os livros. O encontro ocorreu na manhã deste sábado (4), na Casa Folha. A mediação foi de Teté Ribeiro, editora da "Serafina".

    Inácio lançou no ano passado seu terceiro livro de ficção, a coletânea de contos "Urgentes Preparativos para o Fim do Mundo" (editora Iluminuras). Na conversa, apontou que há hoje uma grande desconfiança em relação à ficção.

    "Nós estamos numa festa literária e o que menos vejo aqui é literatura. Vejo mesas com historiadores, cientistas, economistas. O que menos vemos é a escrita literária. Nós perdemos um pouco a capacidade de sonhar literariamente e cinematograficamente? O que estamos produzindo como ficção? A ficção não está se acanhando hoje?"

    Inácio nota uma forte crise criativa no cinema e na literatura atuais. "Fazer uma lista dos dez melhores filmes do ano é difícil." "Tenho a impressão de que diminuiu muito a capacidade do sonho na escrita literária e cinematográfica. As pessoas perderam de tal maneira a fé na ficção que o 'baseado em fatos reais' é um esteio para dizer 'olha, não estou mentindo'. Mas vai ser uma mentira se o filme for ruim. Há um aviltamento do universo ficcional."

    O crítico explicou também que as especificidades de cada meio tornam difícil transformar um grande livro em um grande filme. "A literatura lida com palavras, ideias, conceitos. O cinema lida com as aparências, com figuras. São meios diferentes. É difícil adaptar um grande filme para um grande livro."

    Instigado por Teté, Inácio fez listas de seus favoritos.

    Filmes: "Onde Começa o Inferno" (1959), de Howard Hawks; "Viagem a Tóquio" (1953), Yasujiro Ozu; "Rastros de Ódio" (1956), de John Ford; "Agonia e Glória" (1980), Samuel Fuller; "Vestida para Matar" (1980), Brian De Palma; "A Primeira Noite de Tranquilidade" (1972), de Valerio Zurlini.

    Livros: "O Processo" (1925), de Franz Kafka; "De Castelo em Castelo" (1957), de Louis-Ferdinand Céline; "Sob o Sol de Satã" (1926), de Georges Bernanos; "O Homem que Foi Quinta-feira" (1908), de G. K. Chesterton;, "O Aleph" (1949), de Jorge Luis Borges; "O Aleph", de Jorge Luis Borges; "A Invenção de Morel" (1940), de Adolfo Bioy Casares.

    Filmes inspirados em livros: "Ouro e Maldição" (1924), de Erich von Stroheim; "Tartufo" (1925), de Murnau; "O Poderoso Chefão" (1972), de Francis Ford Coppola.

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