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    crítica

    Final brilhante de 'Carrie' é dos mais aterrorizantes do cinema

    ANDRÉ BARCINSKI
    ESPECIAL PARA A FOLHA

    18/07/2015 02h30

    Em 1973, Stephen King e a mulher, Tabitha, moravam num trailer no Estado norte-americano do Maine. King ganhava a vida dando aulas numa escola pública enquanto tentava emplacar uma carreira de escritor, vendendo contos para revistas literárias.

    Naquele ano ele começou a escrever uma história sobre uma menina adolescente que menstrua no chuveiro da escola, é zombada pelas colegas de classe e, em meio à humilhação, descobre ter poderes cinéticos.

    King não gostou do texto e o jogou no lixo. Tabitha resgatou as páginas e convenceu o marido a terminar a história.

    "Carrie, a Estranha" foi publicado em abril de 1974 e deslanchou a carreira de King. Dois anos depois, "Carrie" chegou aos cinemas, numa adaptação dirigida por Brian De Palma.

    Divulgação
    Sissy Spacek em 'Carrie, a Estranha' (1976), versão de Brian De Palma do primeiro romance de Stephen King.
    Sissy Spacek em 'Carrie, a Estranha' (1976), versão de Brian De Palma do 1º romance de Stephen King.

    Com o livro, King inaugurava o seu "terror doméstico": os cenários da maioria de suas histórias não eram castelos lúgubres ou florestas perdidas, mas ruas de classe média norte-americanas; seus personagens eram pessoas comuns.

    "Carrie", o filme, é a história de uma menina tímida e insegura (Sissy Spacek) torturada psicologicamente pela mãe (Piper Laurie), uma fanática religiosa. Carrie tem 17 anos, mas ainda não entrou na puberdade e se assusta com a primeira menstruação, que a mãe classifica de "punição divina".

    A menina se surpreende ao descobrir que tem o poder de mover objetos e explodir lâmpadas. Quando chega o momento mais aguardado do ano na escola, a festa de formatura, Carrie é convidada pelo bonitão da classe, Tommy (William Katt), para ser seu par. A festa termina em um banho de sangue. Literalmente.

    De Palma é brilhante na construção do terror e na caracterização dos alunos.

    King foi muito esperto ao escolher o bullying escolar, medo de dez entre dez crianças tímidas, como ponto central da história e estopim da fúria da protagonista.

    Que criança, ao ser humilhada em classe, não gostaria de explodir tudo em volta? E a cena final permanece como uma das mais aterrorizantes que o cinema já mostrou.

    CARRIE, A ESTRANHA (Carrie)
    QUANDO: SÁBADO (18), DOMINGO (19) E QUARTA (22)
    ONDE: CINEMAS DA REDE CINEMARK (CONFERIR SALAS PARTICIPANTES E HORÁRIOS EM CINEMARK.COM.BR/CLASSICOS-CINEMARK)
    ELENCO: SISSY SPACEK, PIPER LAURIE, AMY IRVING E JOHN TRAVOLTA
    PRODUÇÃO: EUA, 1976, 16 ANOS
    DIREÇÃO: BRIAN DE PALMA

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