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Friday, 26-Apr-2024 06:02:14 -03Tom Cruise resiste a heróis da Marvel com quinto 'Missão: Impossível'
RODRIGO SALEM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE VIENA13/08/2015 02h00
Ao lançar "Missão: Impossível "" Nação Secreta", quinto capítulo da série cinematográfica estrelada pelo agente secreto Ethan Hunt, Tom Cruise, aos 53 anos, fez o que parecia, com o perdão do trocadilho, impossível.
O ator norte-americano resistiu aos heróis da Marvel de "Quarteto Fantástico" e se manteve no topo das bilheterias na segunda semana em cartaz nos EUA (onde estreou no dia 31 de julho).
Os US$ 270 milhões (R$ 940 milhões) que arrecadou em 15 dias, ainda sem chegar aos cinemas de diversos territórios –como o brasileiro, onde estreia nesta quinta (13)–, são mais impressionantes porque os blockbusters americanos não fabricam mais astros capazes de atrair tanto público.
Divulgação Cena do filme 'Missão Impossível: Nação Secreta' "Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros", grande sucesso de 2015 (fez US$ 1,6 bilhão ou R$ 5,6 bilhões), tem Chris Pratt no elenco, mas a grande atração é o grupo de dinossauros digitais.
"Vingadores: Era de Ultron" (US$ 1,3 bilhão ou R$ 4,5 bilhões) tem Robert Downey Jr., mas certamente teria o mesmo desempenho com outro ator embaixo do capacete do Homem de Ferro.
O mesmo não pode ser dito da franquia "Missão: Impossível". Cruise, desde o início da série, há quase 20 anos e com Brian De Palma na direção, tomou de assalto o papel do agente criado por Bruce Geller para a série homônima de TV dos anos 1960 e 70: o astro produz, ajuda no roteiro, escolhe o diretor e ainda assume riscos em cenas perigosas que viraram o grande chamariz dos longas.
"Tom Cruise é o último daquela linha de astros misteriosos hollywoodianos e ele sabe vender bem essa imagem", conta o ator Simon Pegg, colega de Cruise no novo "Missão: Impossível - Nação Secreta". "Ele tem consciência do seu papel."
"A razão pela qual a carreira de Tom dura tanto é que ele só deseja entreter o público e fazer valer aquele dinheiro investido no ingresso", acredita o diretor e roteirista de "Nação Secreta", Christopher McQuarrie, que trabalhou com Cruise em "Operação Valquíria" (2008), "Jack Reacher: O Último Tiro" (2012) e "No Limite do Amanhã" (2014). "Por isso ele faz tantas cenas perigosas pessoalmente."
No novo "Missão: Impossível", a mais perigosa vem no início do longa, quando Cruise se pendura do lado de fora de um avião e decola com a aeronave. "Desisti de ter medo há alguns anos trabalhando com ele", brinca McQuarrie. "O que me preocupava nessa cena não era ele cair, porque estava preso, mas algum pássaro o atingir. Naquela velocidade, seria fatal."
"Lembro de ter sido atingido por uma pedra minúscula ainda na pista de decolagem e achei que tivesse quebrado uma costela", disse o ator à Folha, pouco antes da première mundial do filme, em Viena (Áustria). "Falei para o câmera: não pare de filmar. Se parecer que estou em pânico, não pare. É interpretação!", conta Cruise, caindo na gargalhada.
007
Mas nem tudo foi um passeio no parque para Cruise e McQuarrie. Em janeiro, a Paramount adiantou o filme em quase seis meses e fixou a data de estreia nos EUA para fim de julho. Em fevereiro, as filmagens foram interrompidas porque a dupla não estava satisfeita com o fim do longa.
"Ainda estávamos tentando descobrir o que fazer com a sequência final, que logo seria filmada. Nada parecia certo", admite o diretor. "Nos sentamos para tentar criar algo espetacular, mas concluímos que deveríamos nos concentrar nos personagens."
"Nação Secreta", então, tenta parir algo semelhante a "007 "" Operação Skyfall" (2012), girando em torno de uma associação criminosa secreta chamada O Sindicato. Para provar a existência da organização e a própria inocência após ser acusado de ações terroristas, Ethan Hunt (Cruise) ganha a ajuda da agente dupla Ilsa Faust (Rebecca Ferguson, a melhor surpresa do filme) e do parceiro Benji (Simon Pegg).
A confusão toda gera diversas sequências de ação para colocar Cruise em perigo: ele precisou treinar para ficar sem respirar por seis minutos numa cena embaixo d'água, se pendurou em fios na Ópera de Viena e pilotou motos em alta velocidade no Marrocos.
"A pressão de fazer um novo 'Missão: Impossível' veio assim que comecei a filmar", lembra o cineasta. "Mas logo me livrei dessa sensação, porque teria como superar a cena do [edifício] Burj Khalifa do anterior ["Protocolo Fantasma", 2011] ou a invasão à CIA no primeiro [de 1996]. Tentei criar uma sequência que pertence à série, algo que posso colocar ao lado dos outros filmes e me sentir orgulhoso."
Com o sucesso da franquia, o sexto filme foi confirmado pelo estúdio, mas Cruise pode tirar um tempo para voltar a um velho conhecido: Maverick, o piloto de "Top Gun: Ases Indomáveis" (1986), que deve ganhar uma sequência.
"Cara, mal acabei 'Missão: Impossível' e todo mundo já está perguntando sobre isso?", diz, simpático. "Vamos ver, depende da história. Seria divertido."
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