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    Tela de Guignard se torna obra mais cara de artista brasileiro a ser leiloada

    SILAS MARTÍ
    DE SÃO PAULO

    13/08/2015 23h24

    Em plena crise econômica, uma tela do modernista Alberto da Veiga Guignard se tornou a obra de arte mais cara de um artista brasileiro já vendida em leilão. "Vaso de Flores", obra de 1930, foi disputada por cinco compradores e acabou arrematada por R$ 5,7 milhões na Bolsa de Arte, em São Paulo, na noite desta quinta (13).

    Esse valor final supera com folga o lance inicial de R$ 4 milhões pedido pela peça, mas segundo Jones Bergamin, dono da casa de leilões, a obra poderia ter alcançado até R$ 8 milhões não fossem os ânimos mais tímidos dos colecionadores em época de dólar galopante e economia estagnada.

    Rutkauska/Divulgação
    Vaso de Flores', obra de Alberto da Veiga Guignard realizada em 1930 leiloada na Bolsa de Arte
    'Vaso de Flores', obra de Alberto da Veiga Guignard realizada em 1930 que está em leilão na Bolsa de Arte

    Mesmo assim, o valor pago pela tela de Guignard supera os R$ 5,3 milhões pagos por "Superfície Modulada nº 4", de Lygia Clark, vendida também pela Bolsa de Arte, em São Paulo, há dois anos.

    Outro recordista da noite desta quinta foi a tela "Construção sobre Fundo Negro", de Milton Dacosta. A obra de 1956, fase mais valorizada do artista, saiu por R$ 5,2 milhões, um recorde absoluto para Dacosta e surpreendente quando se leva em conta que seu recorde anterior, no ano passado, foi de R$ 494 mil.

    Embora Dacosta e sua tela da época áurea do construtivismo no país estejam de acordo com tendências de mercado dos últimos anos, o recorde da obra de Guignard parece virar o jogo do mercado a favor dos modernistas.

    Ou seja, enquanto nomes desse período histórico como Volpi, Portinari e Di Cavalcanti viram seus preços caírem diante da alta acelerada de concretistas e neoconcretistas, o êxito de Guignard demonstra que pode haver uma mudança de rumos nas preferências do mercado.

    Não por acaso, Guignard vem se tornando um nome cada vez mais valorizado não só no mercado, mas também no circuito artístico. Uma grande retrospectiva dedicada à obra do artista famoso por suas paisagens enevoadas de Minas Gerais e festas juninas está agora em cartaz no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

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