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    CRÍTICA

    'Drácula' de Coppola ainda é experiência visual fascinante 23 anos após estreia

    ANDRÉ BARCINSKI
    ESPECIAL PARA A FOLHA

    26/08/2015 12h05

    No início dos anos 1990, quando a atriz Winona Ryder mostrou a Francis Ford Coppola o roteiro que James V. Hart havia escrito para uma nova adaptação cinematográfica do romance "Dracula" (1897), de Bram Stoker, Coppola não se empolgou de primeira. Mais um filme de vampiro? Não bastavam as dezenas de adaptações para o cinema com atores como Bela Lugosi, Christopher Lee, Klaus Kinski e Frank Langella no papel do dentuço?

    Coppola acabou aceitando, mas resolveu fazer um "Drácula" diferente. A história do vampiro todo mundo conhecia; mais importante, pensou o diretor, seria criar uma atmosfera lúdica e lúgubre, que transportasse o espectador para o mundo sombrio de Bram Stoker.

    Divulgação
    Cinema: os atores Gary Oldman e Winona Ryder, em cena do filme "Drácula de Bram Stocker", com direção de Francis Ford Coppola. (Foto: Divulgação) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Os atores Gary Oldman e Winona Ryder, em cena do filme "Drácula de Bram Stocker", de Coppola

    A primeira decisão de Coppola foi abrir mão de qualquer efeito especial criado em computador. Todos os efeitos visuais seriam feitos de forma artesanal, incluindo múltipla exposição, uso de miniaturas e "back projection" (quando, na filmagem, se projeta uma imagem em uma tela no fundo da cena, com os atores à frente).

    A produção caprichou nos cenários e figurinos e o resultado foi um filme muito bonito, que ia na contramão do gosto por efeitos especiais de computador que começava a dominar o cinema (em 1991, "O Exterminador do Futuro 2", de James Cameron, surpreendera com o uso massivo de efeitos especiais virtuais).

    Visto hoje, 23 anos depois de estrear, "Drácula de Bram Stoker" continua sendo uma experiência visual fascinante. Na tela grande, então, a beleza de suas imagens "antiquadas" deve ser ainda mais impactante, especialmente comparada à overdose de computação gráfica do cinema de gênero moderno.

    O filme está longe de ser perfeito. A escolha de Keanu Reeves para o papel de Jonathan Harker foi polêmica na época e justificada por Coppola como uma tentativa de atrair meninas adolescentes para o cinema.

    Reeves destoa do resto do elenco, que é de primeira, incluindo Winona Ryder como Mina Harker, Gary Oldman fazendo Conde Drácula e Anthony Hopkins de Van Helsing. Mas a tática deu certo e o filme foi um sucesso, terminando o ano de 1992 como o nono filme de maior bilheteria no mundo.

    ANDRÉ BARCINSKI é jornalista e autor do livro "Pavões Misteriosos" (Três Estrelas)

    DRÁCULA DE BRAM STOKER
    QUANDO: NESTA QUARTA (26), VEJA HORÁRIOS E ENDEREÇOS NO SITE DA REDE CINEMARK
    ELENCO: GARY OLDMAN, WINONA RYDER, ANTHONY HOPKINS
    PRODUÇÃO: EUA, 1992, 14 ANOS
    DIREÇÃO: FRANCIS FORD COPPOLA

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