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    Com Paul Giamatti, série 'Billions' acompanhará intrigas em Wall Street

    FERNANDA EZABELLA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE LOS ANGELES

    30/08/2015 02h30

    Damian Lewis, que por anos viveu um soldado herói americano transformado em terrorista em "Homeland", volta para mais um papel ambíguo na TV, desta vez como um bilionário de Wall Street boa-praça aos olhos do público, mas um inescrupuloso criminoso de colarinho branco para a Justiça americana.

    Em vez de uma agente do FBI perturbada, como na série, o personagem de Lewis será perseguido pelo paciente e incorruptível procurador da República Chuck Rhoades, interpretado por Paul Giamatti, em seu primeiro trabalho de fôlego na TV desde a minissérie premiada "John Adams" (2008).

    "Billions" –que estreia em 2016 nos EUA, no canal Showtime–, começa com uma avalanche de termos financeiros jogados na cara do espectador, já que Bobby Axelrod (Lewis) é o rei do "hedge fund" (fundo que faz investimentos de alto risco) em Nova York, além de ser o único sobrevivente do 11 de Setembro entre os donos de sua firma.

    Jojo Whilden/Divulgação
    Damian Lewis (Bobby Axe) e Paul Giamatti (Chuck Chuck Rhoades) em cena da primeira temporada da serie Billions, que estreia em 2016. Foto: Jojo Whilden/Divulgacao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    Damian Lewis (esq.) e Paul Giamatti (dir.) em cena da primeira temporada da serie 'Billions'

    "Acho que haverá uma concepção inicial de que Bobby é o cara do mal. Mas será um desserviço começar a ver a série assim", diz Lewis, 44, num hotel de Los Angeles. "Hoje há um entendimento maior do que é um derivativo, um swap de crédito, embora esse universo ainda siga obscuro. A série é mais uma visão antropológica sobre como os ricos e poderosos se comportam."

    No caso de Chuck, ele mantém a postura firme de dia no seu escritório de móveis antiquados e curte um sadomasoquismo à noite.

    Já Bobby, que trabalha num escritório de paredes de vidro cercado de jovens modernos e ambiciosos, gosta de nadar pelado na piscina de sua nova mansão.

    Uma ligação entre os dois será a mulher de Rhodes, uma psicóloga (Maggie Siff) que trabalha na firma de Bobby, ajudando os investidores a manter a sanidade.

    "É divertido entrar neste mundo. Está acima de tudo, é muito alfa, até mesmo as mulheres. Todo mundo é mais sexy, bonito, audacioso, inteligente do que na vida real", diz Lewis, que foi parar em favelas sul-americanas e prisões do Oriente Médio quando fez o soldado Brody em "Homeland", papel que lhe valeu um Emmy e um Globo de Ouro –em 2012 e 2013, respectivamente.

    Recentemente, Lewis apareceu na minissérie "Wolf Hall", indicada a cinco Emmys, incluindo um por seu trabalho como o rei inglês Henrique 8º.

    "Billions" tem entre seus roteiristas e produtores Andrew Ross Sorkin, que escreveu também "Too Big to Fail", filme sobre a crise financeira de 2008, no qual Giamatti fez Ben Bernanke, então chefe do Federal Reserve (banco central dos EUA).

    "Os americanos têm uma relação muito interessante com dinheiro. Uma relação complicada", diz Giamatti, 48. "Meu personagem acha que este tipo de riqueza [a do Bobby] só pode corrompê-lo, enquanto sua própria riqueza e seus privilégios trazem uma noção de honra."

    Neste novo jogo de gato e rato, os atores pouco se veem no set. "São meio que duas histórias diferentes. Adoro o fato de eles não se cruzarem muito, porque é algo excitante quando acontece de fato", afirma Giamatti. "O chato mesmo é ficar tanto tempo longe deste jovem ruivo bonitão", continua, abraçando o colega.

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