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    análise

    No terror adolescente, Wes Craven foi o melhor dos últimos 30 anos

    ANDRÉ BARCINSKI
    ESPECIAL PARA A FOLHA

    31/08/2015 00h05

    Wes Craven, que morreu neste domingo (30), aos 76 anos, ficou famoso por revolucionar o cinema de terror adolescente com as séries "A Hora do Pesadelo", que lançou o personagem Freddy Krueger, e "Pânico", que apresentou ao mundo o assassino Ghostface. Mas fãs de cinema de horror já conheciam Craven bem antes.

    Seus dois primeiros filmes de terror, "The Last House the Left" ("Aniversário Macabro"), de 1972, e "The Hills Have Eyes" ("Quadrilha de Sádicos"), de 1977, foram sucessos de bilheteria e faturaram muitas vezes o custo de seus orçamentos. Antes disso, Craven já havia feito sucesso no mundo do cinema pornográfico, tendo dirigido inúmeros filmes usando pseudônimos.

    Em 1984, quando escreveu e dirigiu "A Hora do Pesadelo", Craven criaria um dos personagens mais marcantes do gênero de terror, o assassino Freddy Krueger. Com suas unhas metálicas, Freddy atacava adolescentes em seus sonhos. Suas aventuras sangrentas se espalharam por nove longas-metragens para cinema, uma série de TV, livros, videogames e gibis.

    O cineasta criou um personagem que simbolizava os anseios e inseguranças de adolescentes. Ao atacar jovens em seus sonhos, Freddy Krueger os punia por pensamentos "impuros". Craven sabia que terror não era nada sem sexo, e por isso os filmes da série "A Hora do Pesadelo" nunca economizaram em sangue e sensualidade.

    Como se não bastasse criar um dos mais rentáveis e celebrados "franchises" do gênero de horror com "A Hora do Pesadelo", Craven ajudou a criar, com o roteirista Kevin Williamson, um segundo "franchise", "Pânico", iniciado com o primeiro filme da série, em 1996, e que resultou em quatro longas para cinema e cerca de 600 milhões de dólares de bilheteria em todo o mundo.

    A importância de Wes Craven para o cinema de horror, portanto, é imensa. Seu talento para criar histórias sobrenaturais que apelassem ao público adolescente não tem paralelo no cinema dos últimos 30 anos. Freddy Krueger e Ghostface estão aí para provar.

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