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    New Order lança primeiro disco sem Peter Hook

    CLAUDIA ASSEF
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    07/09/2015 02h01

    Quando lançou a canção "Blue Monday", em 1983, o New Order não sabia que mudaria a música pop para sempre. O single vendeu 3 milhões de cópias e uniu de vez fãs de rock e de dance music numa mesma pista de dança.

    No próximo dia 25, o New Order lança seu décimo álbum de estúdio, "Music Complete", título que tem feito os fãs pensarem que este seria o derradeiro disco do grupo britânico formado em 1980 após o suicídio de Ian Curtis e o fim do Joy Division.

    Divulgação
    Da esq. para a dir., Phil Cunningham, Tom Chapman, Bernard Sumner, Gillian Gilbert e Stephen Morris
    Da esq. para a dir., Phil Cunningham, Tom Chapman, Bernard Sumner, Gillian Gilbert e Stephen Morris

    Sem o baixista Peter Hook e com a tecladista Gillian Gilbert de volta, o New Order faz agora um apanhado das muitas sonoridades que ajudaram a pavimentar a história da banda liderada pelo guitarrista Bernard Sumner.

    "Quando você ouve todas as faixas na sequência, elas soam como uma coleção completa do New Order", diz Gillian por telefone à Folha.

    Além do novo álbum, ela falou sobre a estranheza de não ter Peter Hook na banda, das memórias do show no Brasil em 1988 e da cena eletrônica atual. "As pessoas nunca vão se livrar da dance music."

    *

    Folha - O nome do disco, "Music Complete", é um sinal de que se esse é o último álbum?
    Gillian Gilbert - Muita gente está pensando que este é o nosso último disco ou um álbum de aniversário da banda. Na verdade, quando você ouve as faixas, elas soam como uma coleção completa do New Order.

    Queríamos recriar um pouco da atmosfera que permeava os discos antigos, só que tudo de uma vez.

    Como é gravar sem Hook?
    Em 2011, fizemos uma turnê com essa nova formação, mas foram poucos shows, porque não sabíamos como as pessoas iam reagir à ausência do Hooky. O novo baixista, Tom Chapman, aprendeu tudo, mas a presença dele ainda existe, ele foi muito importante para a nossa história.

    Tom tem muito estilo, mas confesso que é um pouco estranho tocar sem Hooky. Tenho certeza, no entanto, de que ele está mais feliz com o que está fazendo agora.

    Como escolheram os convidados La Roux, Brandon Flowers [The Killers] e Iggy Pop?
    Começamos com o arranjador de cordas Joe Duddell. Pensamos em um backing vocal interessante e conhecemos Elly Jackson [La Roux], que abriu um show nosso.

    Achei a voz dela incrível, e pilhei a banda para que ela estivesse no álbum. Já Iggy Pop, Bernard cruzou com ele em Nova York em um festival de caridade. Iggy mora em Miami, então foi bem estranho.

    Bernie queria escrever um poema, achamos que a faixa tinha algo meio dark, e que a voz do Iggy Pop seria perfeita.

    Mandamos a música por e-mail, e ele gravou lá em Miami mesmo. Todos quiseram gravar com a gente e as coisas rolaram muito bem.

    Com qual disco do New Order você compararia este novo?
    Acho que com "Technique" e "Power, Corruption & Lies". São faixas muito diretas.

    O que você se lembra da primeira vez em que o New Order tocou no Brasil, em 1988?
    O trânsito era muito ruim (risos). Mas me lembro que foi incrível. Em 2011, voltamos com essa formação. O público é tão incrível, a reação é tão positiva. As pessoas são muito reservadas na Inglaterra. Nós adoramos observar essa diferença.

    Você acompanha a cena de música eletrônica?
    As pessoas nunca vão se livrar da dance music. Acabou até nos afetando. Estamos voltando com um som muito dançante, ao contrário do que aconteceu em discos anteriores, quando Bernard investiu mais em sons de guitarra. Temos elementos de guitarra, mas equilibramos melhor agora.

    O que acha desse museu do Joy Division que vai abrir?
    Não sei muito sobre, mas acho um pouco horrível transformar a casa do Ian em museu. A atmosfera será horrorosa. É uma celebração ao fato de alguém ter cometido suicídio. Acho bacana fazerem exposições, mas transformar a casa dele em um museu é deprimente.

    O Brasil estará na turnê que começa em novembro?
    Não sei se podia falar, mas em 2016 iremos ao Brasil.

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