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    Moda

    Revolução do 'new look' de Dior é tema de volume da coleção Folha

    PEDRO DINIZ
    COLUNISTA DA FOLHA

    20/09/2015 02h50

    Paris, Segunda Guerra Mundial. Um jovem ilustrador freelancer observa com tristeza as roupas curtas e simplórias das mulheres. Em 1946, terminado o conflito e com o apoio de uma equipe de hábeis costureiros –entre eles, Pierre Cardin–, ele decide abrir uma maison de costura que leva seu nome.

    Na sua primeira coleção de moda, lançada em 1947, Christian Dior (1905-1957) revolucionaria para sempre o mundo da costura. O conto da curta vida do estilista francês, que construiu as bases da alta-costura, é o principal destaque do sexto volume da coleção Moda de A a Z, a ser lançado pela Folha no próximo domingo (27).

    Foi Dior quem criou aquilo que a revista "Harper's Bazaar" classificou como "new look": o conjunto de jaqueta e saia cujo principal objetivo era dar de volta à mulher um conceito de glamour perdido durante a guerra.

    Reprodução
    O tailleur Bar, com qual Christian Dior redesenha a mulher em fevereiro de 1947: jaqueta de seda, saia de la 1947. Nova York, The Metropolitan Museum of Art. ( Foto: Reproducao) ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
    O tailleur Bar, com qual Christian Dior redesenha a mulher em fevereiro de 1947

    A cintura apertada, os ombros pequenos e arredondados, os seios modelados, os enchimentos laterais e as saias longas, alguns dedos abaixo do joelho, e volumosas formavam o "tailleur bar" idealizado por Dior.

    O sucesso instantâneo dessa escultura em forma de roupa até hoje é perseguido pelo estilista belga Raf Simons (atual diretor criativo da marca) em suas coleções e, consequentemente, por uma série de outras etiquetas.

    O "new look" foi apenas a ponta de uma revolução do que se entende como traje de gala. Dior aboliu os excessos dos anos 1920 e a rigidez do período de guerras criando vestidos simples e de tecidos nobres como o xantungue.

    Às vezes decotados ou construídos a partir de um drapeado generoso, eles não tinham elementos em excesso, mas continham formas e proporções que davam à mulher uma postura elegante.

    O legado de Christian Dior extrapola o mero modismo ou as tendências passageiras. O seu método de criação baseado na arquitetura feminina formou um estilo atemporal e influenciou o comportamento da sociedade europeia do século 20.

    A liberdade dos movimentos e a feminilidade inerente às suas roupas até hoje guiam a alta-costura mundial.

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