O Festival de Cinema de Londres (LFF) foi inaugurado nesta quarta-feira com "Suffragette", uma homenagem às feministas britânicas que lutaram pelo direito de voto e que é estrelado por Meryl Streep.
"É um filme tão importante", declarou a atriz americana, três vezes vencedora do Oscar, que interpreta Emmeline Pankhurst, que fundou em 1903 a União Social e Política das Mulheres, para exigir o direito de voto para as mulheres no Reino Unido.
O longa narra os problemas enfrentados por Pankhurst por ter incitado as mulheres a desobediência civil - pedradas nas janelas, incêndios, manifestações... - depois de anos exigindo em vão o direito de voto.
Carlo Allegri - 7.jan.2014/Reuters | ||
A atriz Meryl Streep, de "Suffragette" |
Streep aparece apenas alguns minutos na tela, porque Sarah Gavron, a diretora, e Abi Morgan, o roteirista, escolheram contar a história do ponto de vista de Maud, interpretada pela atriz britânica Carey Mulligan, uma trabalhadora de uma lavanderia da Londres de 1912, casada com uma colega e mãe de uma criança pequena.
"É um dos grandes sucessos do filme. Não se trata de mulheres de um meio favorecido, é a história de uma menina da classe trabalhadora e, portanto, nos permite entrar facilmente no filme", afirma Streep.
No início, Maud se compromete timidamente com a luta, tão surpresa quanto seduzida por apedrejar as janelas das lojas do West End de Londres.
Mas logo percebe que quer algo mais do que uma vida sob o controle de um chefe estuprador, submetida a injustiças e ao silêncio.
Incentivada pela solidariedade entre as sufragistas, mergulha em ações clandestinas, particularmente ao lado de Edith (Helen Bonham Carter), uma farmacêutica.
Leon Neal/AFP | ||
Da esq.: as atrizes Romola Garai, Helena Bonham Carter, Anne Marie Duff e Carey Mulligan na pré-estreia de "Suffragette" |
Maud enfrenta golpes da polícia, celas insalubres, a rejeição de seu marido e de sua vizinhança, e a privação de ver seu filho. Mas dia após dia se convence de que não haverá um futuro melhor sem mais direitos.
"O filme não se parece com um documentário histórico, é um filme sobre o que acontece hoje", disse Carey Mulligan.