Enquanto não começa em São Paulo a Mostra de Cinema, com sua avalanche de títulos, o público pode apreciar o ciclo "Histórias de Transformação", no Centro Cultural Banco do Brasil, que reúne várias fases do cinema polonês.
O renome de Wajda, Kawalerowicz ou Kieslowski, sem deixar de fora o franco-polonês Polanski, garantiu ao cinema do país interesse renovado desde os anos 1950.
O ciclo expande esse universo já conhecido com uma seleção de obras não menos importantes e exibe um painel da Polônia no século 20.
"Como Ser Amada", dirigido por Wojciech Jerzy Has em 1962, anuncia sua habilidade como adaptador de obras literárias difíceis. No drama ambientado durante a ocupação alemã, uma história de amor narrada na perspectiva feminina registra os efeitos da barbárie no cotidiano.
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| Cena do filme "O-Bi O-Ba: o Fim da Civilização", do diretor polonês Piotr Szulkin |
Outro clássico oculto é "O-bi, O-ba: o Fim da Civilização", (1984), no qual a ficção científica oferece ao diretor Piotr Szulkin liberdades para falar do medo nuclear numa época em que a Polônia estava refém do totalitarismo soviético.
A ideologia comunista é mostrada com o típico humor absurdo pelo documentarista Marcel Lozinski em "Como Viver" (1977), enquanto um retrato mais convencional das restrições à liberdade no regime aparece em "300 Milhas Até o Céu" (1989).
"Corvos" (1994) e "Dívida" (1999) examinam os efeitos da liberdade reconquistada num momento em que a sociedade polonesa acreditou ter se livrado do grande problema do comunismo para mergulhar em outros.