Um bolo de casamento e uma torta Regina –na qual fios dourados de caramelo aninham-se sobre carolinas e pão-de-ló. Eis os últimos doces no caminho entre Marília, Ayrton e Samira e o prêmio de melhor confeiteiro amador na final do reality "Bake Off Brasil", exibida neste sábado (17), no SBT.

Quem ganhar assina um livro com as receitas do programa, nas quais adicionam tempero próprio. O que, no caso da dona de casa Samira Ghannoum, 42, são as especiarias que ela salpicava em tudo, como um bolo de cenoura com mahlab (caroço de cereja).

Para a dentista Marília Rosenberg, 45, são ingredientes como mel e amêndoas, da herança judaica. Já o engenheiro químico Ayrton Boffo, 24, colore seus pratos com pirulitos e massa colorida.

A final brasileira pode reeditar a edição de 2015 da disputa britânica, vencida pela muçulmana Nadiya Hussain.

Samira, filha de libaneses, é uma das únicas mulheres islâmicas na TV aberta brasileira. "Minhas amigas dizem: 'Que coragem'. As pessoas ficam reprimidas de aparecer. Não é todo mundo que gosta."

Alguns comentários de ódio religioso do público deixaram um gosto amargo na memória da diretora da atração, Adriana Cechetti. "Me espantei, mas as pessoas passaram a torcer por ela." Samira recebe "likes" no Facebook até da chef vovó Palmirinha Onofre.

Já com Marília as diferenças religiosas não poderiam ser mais doces. Amigas após o reality, Samira e ela trocam visitas e receitas –como o knafe (massa fina com queijo e água de rosas) da islâmica, agora no cardápio da judia.

Criado há cinco anos no Reino Unido, o "Bake Off" só perdeu em ibope por lá para os jogos da Copa de 2014. Deve ser o programa mais visto neste ano, segundo o "Guardian".

Aqui, não é fenômeno como o "MasterChef", mas o bolo da audiência cresceu: em setembro, o "Bake Off" ajudou a levar o SBT ao segundo lugar no país, segundo o Painel Nacional de Televisão do Ibope.

NA TV
Bake Off Brasil
QUANDO 21h30, no SBT