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    Lionel Richie 'transforma' plateia paulista em '2.000 Diana Ross'

    BRUNO B. SORAGGI
    DE SÃO PAULO

    10/03/2016 11h59

    "Say you", "say me", dizia ele, dizia você –cantava todo mundo junto, "naturally". E por mais ou menos uma hora e meia a noite de quarta-feira (9) no Ginásio do Ibirapuera foi o que o ingresso anunciava: um show de sequência de hits do ex-The Commodores e ícone do romance e da folia de espírito oitentista Lionel Richie, 66, para dançar "all night long". "Vou fazer tudo o que eu sei e consigo lembrar", afirmou o músico logo no início do espetáculo.

    E com ingressos custando entre R$ 145 e R$ 840, 6.500 pessoas, de acordo com a organização do evento, acompanharam o artista na cantoria. "Eu vejo que muitos de vocês não estão me vendo cantar porque estão cantando entre si e para a pessoa do seu lado", brincou em um momento do show –algumas das músicas, como "Brick House" e "Dancing on the Ceiling", tiveram suas letras exibidas em vídeos animados ao melhor estilo karaokê, bem sincronizados com a banda, em um telão no fundo do palco.

    Das 22h26, quando subiu ao palco, à meia-noite, o músico revezou entre performances dançantes e ao piano –sobre o qual deixou os presentes arremessados da plateia (um ramalhete de flores e um sapo de pelúcia)–; fez caras e bocas (transmitidas em imagens que sobrepunham seu rosto, na melhor estética de videoclipes da década de 1980); deu goles em uma bebida vermelha misteriosa ("This is some São Paulo juice", disse); e divertiu com conversas de humor e sedução.

    "Na próxima música quero que você ponha o braço em volta de sua parceira e diga para ela: 'Ele não é incrível?'", brincou com os homens da plateia, referindo-se a si próprio. "Eu garanto que vocês terão 'the time of your life'", concluiu, logo emendando a música "Still".

    Entre as faixas, quando o palco escurecia e um holofote o acompanhava de lá para cá, ele contava histórias. "Convidei a Diana Ross para vir aqui hoje. E ela disse não", divertiu-se, fazendo o público rir. "Mas quem precisa de uma Diana Ross, se eu vejo 2.000 Diana Rosses aqui hoje? Nessa próxima música vocês serão a Diana e eu serei eu", sugeriu, levando todos à emoção: chegara a hora de entoar "Endless Love".

    Carismático, o americano nascido no Alabama aproveitou a parte final do show para "posar" para selfies. "Muita gente quer tirar foto comigo, então vamos fazer assim: eu vou fazer três poses –para o pessoal da direita, do meio e da esquerda– e, quando eu falar 'shoot', vocês tiram a foto, ok?" Praticamente todo o setor mais próximo virou de costas para o palco, levantou os celulares para cima apontando para a própria cara, buscou o ângulo perfeito para enquadrar o astro e clicou.

    Mas a catarse, de fato, foi alcançada quando Lionel, antes vestido todo de preto com um crucifixo no pescoço, saiu e voltou ao palco (agora com um blazer branco) para a sequência final.

    "Agora vou cantar uma música da qual tive o prazer de fazer parte com meu amigo Michael Jackson", anunciou, antes de ele e os presentes começarem a aplaudir. E "We Are The World" levou o ginásio à apoteose, dando àquela quarta de chuva pesada, trânsito caótico e derrotas do Corinthians e do Palmeiras uma noite de leveza e braços para o alto, "easy like sunday morning".

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