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    Mercado fonográfico global cresce pela primeira vez desde 2005

    NATÁLIA PORTINARI
    DE SÃO PAULO

    12/04/2016 13h21

    Mario Tama - 27.jun.2013/AFP
    Serviços de música em formato stream ultrapassaram os downloads digitais
    Serviços de música em formato de streaming ultrapassaram os downloads digitais

    Impulsionada pelo streaming, a indústria fonográfica global cresceu pela primeira vez em dez anos, de acordo com um relatório da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) divulgado nesta terça-feira (12).

    O resultado já era esperado desde 2014, quando o mercado mostrou estagnação, revertendo uma queda nos lucros que vinha desde 2005.

    É ainda a primeira vez que as receitas digitais (US$ 6,7 bi) superam as vendas físicas (US$ 5,8 bi) mundialmente.

    INDÚSTRIA FONOGRÁFICA EM 2015 - Dados refletem queda da venda de CDs e crescimento do streaming

    A América Latina foi a região com melhor desempenho no mundo, com 11,8% de aumento nas receitas –no Brasil, 10,6%. Já a América do Norte cresceu apenas 1,4%.

    "O crescimento do mercado digital puxou o crescimento brasileiro, e o mercado digital foi puxado pelo streaming", afirma Paulo Rosa, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD).

    De 2014 a 2015, as assinaturas de streaming em serviços como Spotify, Rdio e Deezer aumentaram de 41 milhões para 68 milhões.

    As receitas com streaming, que também vêm de publicidade, aumentaram em 45% no mundo e em 192% no Brasil.

    Nos Estados Unidos, a fatia do streaming é maior que em qualquer outro lugar do mundo e, em 2015, já superou sozinha as vendas físicas e os downloads pagos, acumulando 34% do lucro com música no país, de acordo com a Associação da Indústria Fonográfica dos EUA (RIAA).

    Os downloads pagos, por sua vez, estão em queda, com uma baixa de 10,5% nas receitas mundiais.

    A indústria se queixa, porém, de setores do streaming que ainda não revertem lucros, sites em que o conteúdo é gerado por terceiros. A IFPI frisa que, nos Estados Unidos, a receita de venda de vinis (US$ 416 milhões) superou o YouTube (US$ 385 milhões) em 2015.

    Alguns artistas, como Taylor Swift, Adele e, no Brasil, Frejat e Chico Buarque, também se queixam do retorno financeiro do streaming, que segundo eles é menor que o que têm nas vendas físicas.

    A alternativa é ditar as próprias regras, como fez Jay-Z, que criou o serviço Tidal para abrigar suas músicas.

    "O negócio está muito mais pulverizado do que era há 20 anos", diz Rosa. "Os valores são menores e o universo de conteúdos é muito maior. Para o artista, a remuneração ainda é pequena. A escala das assinaturas tem que crescer."

    Já as vendas de CDs e DVDs no Brasil diminuíram em 19,3%, enquanto as vendas digitais, que incluem streaming, downloads e telefonia móvel cresceram 45%.

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