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    Precursor da arte geométrica, francês François Morellet morre aos 90 anos

    SILAS MARTÍ
    DE SÃO PAULO

    11/05/2016 13h14

    Pierre Verdy/AFP
    O artista francês François Morellet posa em frente a instalação, em 2011, no Centre Pompidou, em Paris
    O artista francês François Morellet posa em frente a instalação, em 2011, no Centre Pompidou, em Paris

    Um dos artistas mais influentes da chamada arte cinética e famoso por suas esculturas de tubos de néon, François Morellet morreu, aos 90, na madrugada desta quarta (11) em Cholet, na França, onde passou toda a sua vida.

    Morellet, que acaba de abrir uma mostra individual na galeria Dan, em São Paulo, começou a pintar ainda na adolescência, influenciado por vanguardas construtivas que despontaram na Suíça e também por padrões de povos primitivos da Oceania e a arte islâmica da Alhambra, monumento que viu em Granada, na Espanha.

    Depois de um contato com os minimalistas americanos, em especial Ellsworth Kelly, de quem foi amigo, Morellet entrou de vez na abstração geométrica no início dos anos 1950, criando composições baseadas em fórmulas matemáticas e regras e combinações numéricas aleatórias.

    Em paralelo, o artista continuou à frente do negócio da família, uma fábrica de brinquedos, o que alguns críticos veem como influência decisiva por trás do aspecto lúdico e colorido de seus trabalhos.

    Divulgação
    Obra de François Morellet durante exposição na galeria Nara Roesler, em São Paulo
    Obra de François Morellet durante exposição na galeria Nara Roesler, em São Paulo

    Mais tarde, em 1961, Morellet fundou o Groupe de Recherche d'Art Visuel, o Grav, ao lado de outros artistas, entre eles o argentino Julio Le Parc. Juntos, eles formaram um dos mais midiáticos dos coletivos que difundiram a chamada arte cinética, com obras calcadas na percepção da luz e do movimento, tanto real, com peças que se moviam, quanto sugerido por ilusões de óptica.

    "Foi o momento em que tive o prazer de fazer obras bem agressivas. Estudávamos muito os fenômenos ópticos", disse o artista ao jornal "Le Monde". "Desde 1962, estávamos convencidos de que a pintura sobre tela havia acabado."

    Sua atuação no grupo chamou a atenção da marchande Denise René, pioneira do mercado de arte cinética, que o levou a uma série de exposições pelo mundo. Em 1975, Morellet venceu o prêmio internacional na Bienal de São Paulo. Ele também realizou mostras individuais no país em 2004, no Centro de Arte Hélio Oiticica e na galeria Lurixs, no Rio.

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