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    Crítica

    Clint Eastwood questiona a natureza do heroísmo bélico

    INÁCIO ARAUJO
    CRÍTICO DA FOLHA

    24/07/2016 02h04

    Há quem veja "Sniper Americano" (2014, MaxPrime, 11h45 e 18h45, 16 anos) como a celebração de um herói de guerra americano.

    À parte a coincidência de o personagem, Chris Kyle (Bradley Cooper), ter morrido de maneira trágica na vida real –seu enterro é registrado pelo filme–, supor esse tipo de coisa implica negar toda a obra de Clint Eastwood, ou imaginar que ele seja um descerebrado.

    Divulgação
    Sniper AmericanoVeja fotos da ação "Sniper Americano", de Clint Eastwood e com Bradley Cooper no elenco
    Em "Sniper Americano", Bradley Cooper interpreta o atirador de elite Chris Kyle, que se coloca em postos estratégicos de maneira a evitar atentados contra as forças americanas na guerra

    Toda a filmografia de Clint é de oposição à guerra ou a violências gratuitas. O atirador de elite de que trata o filme está na guerra, numa guerra recente. Ele se põe em postos estratégicos de maneira a evitar atentados contra as forças americanas.

    Mas isso significa, concretamente, atirar não contra um inimigo identificável, e sim matar mulheres e/ou crianças. "Que herói é esse?", Clint pergunta. Antes dele, o próprio Chris Kyle vive à sombra dessa questão e da angústia que a acompanha. Grande filme.

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