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    'Ghost' se aproxima de original com uso de efeitos de luz e de ilusionismo

    GUSTAVO FIORATTI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    08/09/2016 12h27

    A produção brasileira de "Ghost - o Musical" –que entra em cartaz nesta quinta (8)– não replica fielmente a versão original inglesa de 2011. Tampouco, porém, se distancia por completo da matriz, roteirizada sobre o filme que Patrick Swayze, Demi Moore e Whoopi Goldberg estrelaram nos anos 1990.

    Verdade que texto e música, via de regra, são preservados mesmo nas leituras autorais para musicais estrangeiros. Mas cenário não costuma entrar no pacote das chamadas versões originais. Agora, em "Ghost", entra pelo menos em parte, para que não se perca um ponto forte da produção inglesa: os efeitos de luz e o uso de ilusionismo.

    Na história, Sam, protagonista vivido no longa por Swayze, morre assassinado, e seu espírito não consegue partir definitivamente para "o outro lado da vida", como no subtítulo do filme. Ele permanece vagando e, bom fantasma que é, vai atravessar portas e paredes. No cinema, já virou efeito banal. No teatro, não.

    O original estrangeiro tem ilusionismo assinado por Paul Kieve, um mágico que colaborou com os filmes de "Harry Potter" e com o diretor Martin Scorcese. Além de atravessar portas, há a cena em que a mão de Sam perpassa uma latinha de alumínio. Embora uma crítica do jornal britânico tenha chamado os efeitos da peça de ingênuos, nas redes sociais foi um tópico que rendeu comentários.

    Os produtores brasileiros dizem que tentaram comprar o pacote todo mas não conseguiram incluir os efeitos de Kieve. "Era complexo. Ele e uma equipe teriam que acompanhar tudo", diz Ricardo Marques, produtor geral do espetáculo. Os artifícios originais, portanto, são substituídos por outros, menos tecnológicos.

    Foi mantida a estrutura com paredes de LED ao fundo do cenário e que funcionam para mostrar a cidade de Nova York. As peças se movem, trazendo para a cenas imagens de ruas, do metrô, do escritório e do apartamento de Sam, onde prossegue vivendo Molly, a viúva que Moore interpretou sob o som de "Unchained Melody" –cantada um par de vezes pelo elenco e tocada no rádio.

    Segundo José Possi Neto, diretor da montagem, a personagem mais distante da versão original é a mediúnica farsante que rendeu a Goldbergh um Oscar de melhor atriz coadjuvante. Ele conta que deu traços baianos à personagem, carregando na caracterização. "Propus algo que o estrangeiro consideraria 'overacting'", diz.

    Com roteiro de Bruce Joel Rubin, autor também do original cinematográfico, "Ghost - o Musical", em sua versão brasileira, tem no elenco André Loddi (Sam) Giulia Nadruz (Molly) e Ludmillah Anjos (a vidente Oda Mae Brown), atores escolhidos por Possi em um processo de audições e 15 dias de oficinas. Também estão no elenco Igor Miranda e Franco Kuster.

    Segundo a produção da peça, os direitos pela montagem foram disputados por outros quatro produtores, desde 2013.

    GHOST - O MUSICAL
    ONDE: Teatro Bradesco; r. Palestra Itália, 500, 3° piso, tel. 11 3670-4100
    QUANDO: qui., às 21h, sex., às 21h, sáb., às 17h e às 21h, e dom., às 16h e às 20h.
    QUANTO: R$ 30 a R$ 190
    CLASSIFICAÇÃO: Livre

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