Luís 14 (1638-1715) foi a figura principal para a instalação do absolutismo monárquico na Europa. Reinou na França durante 72 anos (os 18 primeiros sob tutela), um recorde no continente, quando expandiu territórios sob sua coroa e ergueu Versalhes.
Na maior parte do tempo, Luís 14 se dedicou a exercer controle cada vez mais rígido sobre a nobreza. As manobras do monarca para dominar seus súditos mais abastados tomam conta do filme "A Tomada do Poder por Luís 14".
Dirigido por Roberto Rossellini (1906-1977) em 1966, o longa está no volume número 22 da Coleção Folha Grandes Biografias no Cinema. O livro-DVD chega às bancas no próximo domingo (25).
Um dos criadores do neorrealismo italiano, com clássicos como "Roma, Cidade Aberta" (1945) e "Stromboli" (1950), Rossellini dedicou boa parte da carreira a filmes históricos para a TV, num trabalho de forte caráter didático.
Para a figura de Luís 14, Rossellini escolheu um jovem dramaturgo e diretor de teatro, Jean-Marie Patte, sem experiência como ator, mas semelhante fisicamente ao rei francês.
Rossellini tinha um modo peculiar de dirigir seu elenco. Não deixava os atores decorarem o texto, porque queria eliminar o estilo naturalista de interpretação. Cartazes com as falas de cada personagem eram fixados no cenário ou atrás das câmeras, para que o ator pudesse ler na hora de rodar. Um capítulo curioso da história do cinema.