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    Conhecida nos palcos por 'Elis, a Musical', Laila Garin lança seu 1º disco

    THALES DE MENEZES
    DE SÃO PAULO

    09/08/2017 02h00

    Marcelo Justo/Folhapress
     A cantora Laila Garin, que ficou famosa por ter interpretado Elis Regina no musical de teatro, e que agora lança seu primeiro disco solo
    A cantora Laila Garin lança seu primeiro disco como intérprete acompanhada pelo grupo A ROda

    Muita gente já ouviu a voz de Laila Garin. Atriz premiada, com um currículo que apresenta a montagem recente "Gota d'Água [A Seco: e seu estrondoso sucesso em "Elis, a Musical", cantava encarnando personagens.

    Agora, lança seu primeiro álbum como intérprete. "Laila Garin e A ROda" é uma coleção de canções assinadas por Chico Buarque, Caetano Veloso, Roberto & Erasmo e Alceu Valença, entre outros. Há também "L'accordeoniste", do repertório de Édith Piaf.

    O disco tem uma instrumentalização contida, quase espartana. Os músicos parecem estar completamente a serviço da voz de Laila, não competem com ela. "Era para ser mais vazio ainda", diz Laila à Folha, rindo. "Não tem muito frufru, sem solos virtuosos. Tudo feito para transmitir a ideia da canção."

    Ela ressalta que os músicos da banda fazem muita trilha para teatro. "Ali, às vezes é só um clima, não uma música encorpada. 'Na Primeira Manhã', do Alceu, ficou bem vazia, quase música ambiente. Tem a ver com a canção, porque a pessoa está só."

    Laila não encara o trabalho como um disco solo. Foi no teatro que encontrou os músicos que formariam A ROda.

    Ricco Viana (guitarra e violão), Marcelo Müller (baixo) e Rick de la Torre (bateria) não eram um trio. Foi Laila que acabou formando o grupo. "Grandes homens precisam de uma mulher por trás."

    "Somos um grupo, um coletivo de verdade, levamos quatro horas discutindo um arranjo. Mas eu, mesmo não sendo popstar, tenho um público que vem de teatro. Então, para divulgar, virou Laila Garin e A ROda. Tipo Chico Science & Nação Zumbi ou Pedro Luís e a Parede. Nossa, que pretensão a nossa!"

    A baiana Laila, 39, fez um show em Salvador, quando tinha 20 anos, e agradou. Mas a cobrança das pessoas para que ela tivesse um diferencial como cantora paralisou sua carreira. "Não sabia o que responder", conta.

    Os trabalhos de atriz a levaram para outro caminho. Após a consagração representando Elis, empresários quiseram lançar "a maior cantora do Brasil". Ela recusou.

    "Terminou 'Elis' e eu passei um tempo procurando esses parceiros. O que nos une é a coisa do teatro, descobrir qual é a jornada de cada canção."

    A alma teatral segue no show, que ela mostra em São Paulo no dia 18. A direção é de Ney Matogrosso, que a viu em "Elis" e depois nos shows que ela fez por mais de um ano no Beco das Garrafas, no Rio.

    No repertório está "As Curvas da Estrada de Santos", de Roberto e Erasmo, que Elis gravou. O disco não soa como Elis, é bem autoral, mas ela não nega a importância dessa "madrinha". Tanto que inclui no show "San Vicente" e "Conversando no Bar (Nas Asas da Panair)", de Milton Nascimento, que também estão em discos de Elis.

    Laila não parou com o trabalho de atriz. Está rodando a segunda temporada de "3%", série da Netflix, e vai começar a ensaiar outro musical: "Dois Filhos de Francisco".

    LAILA GARIN E A RODA
    ARTISTA Laila Garin e A ROda
    GRAVADORA MP.B Discos/Som Livre
    LANÇAMENTO 18/8, às 21h, no Sesc Pinheiros (r. Pais Leme, 195, tel. 11 3095-9400)
    QUANTO R$ 40

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