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    Décimo volume da Coleção Folha mostra revolução surrealista na arte

    JULIANA CALDERARI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    12/08/2017 02h00

    AFP
    O artista surrealista Salvador Dalí em foto tirada na década de 1950
    O artista surrealista Salvador Dalí em foto tirada na década de 1950

    Surgido na França após a Primeira Guerra Mundial, o surrealismo foi uma revolução do pensamento e da criatividade. O movimento é tema do décimo volume da Coleção Folha O Mundo da Arte, que chega às bancas no domingo (20).

    A revolução surrealista teve início com as ideias de Sigmund Freud, que falavam da importância da ação do inconsciente e dos sonhos sobre as nossas vidas. As pinturas oníricas de Salvador Dalí e o simbolismo de René Magritte são bons exemplos.

    Movidos pelo desejo de liberdade e unidos pelo intelectualismo e pelo objetivo comum de romper com a racionalidade e a lógica, os artistas do grupo captavam a intensidade psicológica da vida moderna e a representavam de forma fantástica.

    O surrealismo inicialmente se manifestou na literatura, tendo André Breton na liderança. Em 1924, o escritor publicou o "Manifesto Surrealista", rejeitando tudo o que fosse conectado ao realismo.

    "O termo 'Surrealismo' tinha um sentido preciso –significava 'suprarrealismo', 'o que está acima do realismo'", explica a autora do livro da coleção, Nathalia Brodskaïa.

    Um ano depois do manifesto, os artistas visuais expuseram sua arte na primeira exposição coletiva de pinturas surrealistas, em Paris.

    Hans Arp, Joan Miró, Paul Klee, Max Ernst e André Masson participaram daquela que foi a primeira de uma sequência de mostras de pintura e escultura que tornaram o surrealismo uma união de talentos diversificados.

    Embora compartilhassem as ideias propostas no "Manifesto", a unanimidade não era uma das características do movimento. Uma das razões para isso eram os eventos conflitantes da vida social e política da Europa no início do século 20, que se refletiam na arte.

    Primeiro, a Revolução Russa e a consequente onda de agitação que atingiu o continente europeu com as ideias de Lênin e Trótsky. Depois, a guerra no Marrocos, e a necessidade que os intelectuais franceses tinham de se posicionar em relação à ela.

    Assim, por volta de 1930, o movimento "rachou": de um lado, ficou o grupo marxista revolucionário de Breton; do outro, os que não se identificavam com esses ideais, liderados por Georges Bataille.

    Mesmo assim, o surrealismo não enfraqueceu, e ultrapassou as fronteiras da França. Artistas e exposições surrealistas foram vistas na Holanda, Bélgica, Tchecoslováquia, Inglaterra, Suíça, Japão, Estados Unidos e também na América Latina.

    No Brasil, o surrealismo influenciou pintores e escultores modernistas como Cícero Dias, Tarsila do Amaral, Ismael Nery e Maria Martins.

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