A maior área verde da Vila Andrade surgiu de uma história de amor. O parque Burle Marx, hoje com 138 mil metros quadrados e habitat de cerca de 90 espécies de animais, a maioria aves, foi projetado nos anos 1950 para ser os jardins da mansão do empresário Francisco "Baby" Pignatari em homenagem à namorada, a princesa austríaca Ira von Fürstenberg.
O terreno, parte da chamada Chácara Tangará, compreendia mais de 480 mil metros quadrados de mata às margens do rio Pinheiros.
O jardim, planejado pelo paisagista Roberto Burle Marx, seria o adorno da mansão. "Baby Pignatari queria fazer a maior casa do Morumbi, com 3.000 metros quadrados", diz Thiago Santos, gestor ambiental do parque.
Cleo Velleda/Folhapress | ||
Parque Burle Marx na época de sua inauguração, em 1995 |
Mas o casamento acabou antes da obra e apenas o jardim ficou pronto. "A princesa chegou aqui, viu e não gostou, achou que tinha muito pernilongo", conta Santos.
Com o fim do romance, a área ficou abandonada até que foi à leilão no final dos anos 1980. No início da década seguinte, o próprio Burle Marx reformulou o jardim.
Na época, o bairro já começava a viver uma expansão imobiliária. A ideia do parque –hoje tombado pelo patrimônio histórico– surgiu como uma contrapartida dos construtores para o impacto ambiental dos prédios de luxo do Panamby. Em 1995, a área foi inaugurada como uma parceria público-privada entre a Fundação Aron Birmann e a prefeitura.
Em média, são 15 mil visitantes por mês. "Recebemos muitos praticantes de 'birdwatching' (observação de pássaros)", diz Santos.
O local também abriga um casarão projetado para ser um hotel de luxo, construído no lugar da antiga casa de Pignatari. Segundo Santos, o prédio está sendo restaurado. O parque abre todos os dias das 7h às 19h e fica na avenida Dona Helena Pereira de Moraes, 200.