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    Crise financeira é uma grande ameaça, diz Obama

    da Folha Online

    15/09/2008 08h18

    O candidato democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama, afirmou que a crise financeira é uma "grande ameaça" para a economia americana.

    "Essa crise é uma grande ameaça para nossa economia e para sua habilidade para criar trabalhos com bons salários e ajudar os americanos trabalhadores a pagar suas contas, poupar para seu futuro e pagar suas hipotecas", afirmou Obama em um comunicado, divulgado nesta segunda-feira.

    Entenda a crise financeira que atinge a economia dos EUA

    A crise no setor imobiliário americano, agravada desde o ano passado pela crise das hipotecas "subprime" (de maior risco), já provocou perdas de bilhões de dólares a bancos como Citigroup e UBS, além de ter afetado os resultados das duas gigantes do setor hipotecário nos EUA, Fannie Mae e Freddie Mac.

    As vítimas mais recentes da crise são os bancos de investimentos Merrill Lynch e, principalmente, o Lehman Brothers --que anunciou que vai recorrer à lei de falência e concordata. O banco informou em comunicado que apresentará a documentação necessária para se declarar em quebra perante o Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York.

    O resultado (já esperado) ficou iminente depois que o banco britânico Barclays decidiu abandonar as negociações, no fim de semana. Todas as instituições com as quais o Lehman mantinha negócios devem sofrer o impacto. Os mercados acionários já sentiram o abalo hoje: a Bolsa de Paris caía mais de 5% e a da Índia caiu 5,4% hoje. As Bolsas de Tóquio (Japão), Hong Kong, Seul (Coréia do Sul) e Xangai (China) estiveram fechadas devido a feriados, mas quando reabrirem amanhã devem registrar perdas consideráveis, segundo analistas

    O Bank of America também chegou a anunciar seu interesse no Lehman, mas voltou atrás diante da resistência do governo em fornecer financiamento e anunciou a compra do Merrill Lynch por cerca de US$ 50 bilhões.

    O ex-presidente do Federal Reserve (Fed, o BC americano) Alan Greenspan disse ontem que essa é a pior crise dos últimos 50 anos, e provavelmente do último século, e ainda está longe de terminar. "Devemos reconhecer que isso (a crise) é um evento que acontece uma vez a cada meio século", explicou Greenspan no programa "This Week", da rede de televisão ABC.

    "Não há nenhuma dúvida de que isso está perto de superar tudo o que já vimos, e ainda está longe de se resolver, ainda deve durar algum tempo", alertou Greenspan; ele estimou ainda que o governo federal "não pode estender uma rede de segurança debaixo de todas as instituições financeiras que quebrarem", destacando que os atuais esforços das autoridades para salvar o Lehman Brothers devem se limitar na busca por uma solução sem recorrer ao Tesouro.

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